Mar
31
2017

Atos contra PEC da Previdência e terceirização ocupam ruas do país nesta sexta (31)

Concentração no Rio é às 16h, na Candelária; Manifestações também rejeitam reforma trabalhista e ‘preparam’ greve geral; Aduff convida os professores a participar

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Em 24 dias, será a terceira vez que atos nos estados, articulados nacionalmente, vão ocupar as ruas contra a reforma da Previdência que o governo de Michel Temer (PMDB) tenta aprovar no Congresso Nacional. A previsão é de que aconteçam manifestações em todas as capitais do país e em dezenas de outras cidades, nesta sexta-feira (31).

A concentração para o ato no Rio será às 16 horas, na Candelária, de onde a manifestação seguirá em passeata até a Cinelândia, no Centro da cidade. A Aduff-SSind convida os professores da Universidade Federal Fluminense a participar.

Os protestos estão sendo convocados pelas centrais sindicais, frentes políticas, sindicatos, movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Dessa vez, ganhou peso na pauta que será levada às ruas o combate à reforma Trabalhista e à tentativa de estender a terceirização a todos os postos de trabalho.

Faz poucos dias, projeto patrocinado pelo governo foi aprovado na Câmara dos Deputados estendendo a terceirização também às atividades principais de uma empresa ou órgão público (atividade-fim). O movimento contrário à proposta ainda tenta derrubá-la. Seja pelo pouco provável veto do presidente Temer, seja por aprovação relâmpago de outro projeto de lei que revogue a decisão.

Manifestação no Rio

Durante a concentração para o ato no Rio, nas proximidades da Igreja da Candelária, na av. Presidente Vargas, está previsto que representantes de entidades dos movimentos sociais exponham as suas mensagens do carro de som central da atividade. Ao longo do trajeto de quase 1,5 km que separa a Candelária da Cinelândia, na av. Rio Branco, devem se manifestar no carro de som sindicatos e partidos políticos que apoiam a manifestação. Já no ato de encerramento do protesto, na Cinelândia, falam as organizações de direitos humanos, que vão fazer referências críticas ao ‘aniversário’ do golpe militar de 1964, e as centrais sindicais.

O ato unitário dessa sexta reúne a maioria das forças políticas e movimentos sociais e sindicais que estão contrários às mudanças restritivas à aposentadoria. A articulação da atividade, inicialmente restrita a alguns setores e com outras pautas, corrobora com a ideia de que teria ganhado corpo a compreensão de que é preciso somar forças nesse momento para enfrentar o governo. Algo, aliás, já evidenciado na reunião em que quase todas as centrais sindicais do país tiveram acordo em marcar a greve geral para 28 de abril, mesmo que evitando usar essa denominação na nota oficial enviada à imprensa.

Independentemente do resultado, a própria convocação da paralisação geral por 24 horas é iniciativa que não ocorre no país desde 1989. Porém nada está consolidado ao ponto de alimentar certezas além da constatação de que, mais do que algumas semanas atrás, a campanha contra as ‘reformas’ de Temer está viva e na briga. No entanto, para que tenha chances reais de vitória, as mobilizações, a greve e a unidade precisam mais do que serem mantidas. Precisam, efetivamente, serem construídas nos 28 dias que separam os protestos dessa sexta da paralisação geral convocada para abril.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho