Mar
31
2017

Centrais convocam greve geral contra ‘reformas’ da Previdência, Trabalhista e a terceirização

Nove centrais sindicais chamam o país a parar no dia 28 de abril contra as ‘reformas’ e o projeto da terceirização; atos nesta sexta (31) ‘esquentam’ para greve geral: concentração às 16h, na Candelária

DA REDAÇÃO DA ADUFF

“Dia 28 de abril, vamos parar o Brasil”. Assim nove centrais sindicais decidiram convocar uma greve geral contra a reforma da Previdência, Trabalhista e o projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados. A última vez que se convocou uma paralisação desse porte no país foi há 28 anos.

Reunidos por pouco mais de duas horas na tarde da segunda-feira (27), na sede da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em São Paulo, dirigentes dessas centrais chegaram a um consenso sobre a convocação da data e à divulgação de uma nota conjunta. O acordo entre as centrais saiu após muitas tentativas frustradas, nos últimos meses, por conta de divergências entre elas. A aprovação sumária na Câmara do projeto que permite a terceirização de todos os postos de trabalho teve forte influência na convergência para um acordo.

A decisão do presidente da República, Michel Temer, e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), de pôr em votação um projeto de 18 anos atrás, enviado ao Legislativo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), teria causado grande descontentamento até nas centrais que apoiam o governo. É o caso da Força Sindical, que também assina a convocatória por meio de seu presidente, o deputado federal Paulinho, um dos que mais resistia à proposta de tentar parar o país contra os projetos de Temer.

Outro elemento impulsionador dessa convocação foi o impacto das grandes manifestações do dia 15 de março contra as reformas que reduzem direitos previdenciários. Das centrais sindicais, apenas a CSP-Conlutas e a Intersindical vinham defendendo publicamente nos últimos meses a construção da greve geral.

A maioria das centrais teve acordo na realização de manifestações conjuntas no dia 31 de março, nos estados, como um ‘esquenta’ para a greve geral e tendo como bandeiras as mesmas reivindicações. A realização do ato no Rio foi debatida na plenária do movimento contra as reformas de Temer, realizada no auditório do Sindicato dos Bancários, na noite da segunda-feira (27).

A concentração para a passeata será na Candelária, a partir das 16 horas, com saída, rumo à Cinelândia, prevista para acontecer pouco depois das 17 horas. Para o dia seguinte, sábado (1º), está sendo convocada uma carreata, cuja concentração será às 9 horas, em frente à sede da Prefeitura, na Cidade Nova, no Centro do Rio, de onde a manifestação se dirigirá à Madureira, na Zona Norte.

A convocação de uma greve geral que pare o país contra a retirada de direitos é uma das deliberações do último congresso do Andes-SN, o Sindicato Nacional dos docentes. Para o professor Edinho Teixeira, diretor da Aduff-SSind que participou da plenária que preparou o ato no Rio, a decisão de convocar a greve geral atende à vontade das bases sindicais e expressa o aumento do descontentamento popular com as ‘reformas’ e projetos do governo Temer, mas precisa ser construída de fato, dentro de cada categoria e nos comitês populares.

As centrais divulgaram a seguinte nota, após a reunião:

“Reunidos na tarde desta segunda-feira (27), na sede nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, os presidentes das centrais sindicais, dirigentes sindicais analisaram a grave situação política, social e econômica que o país atravessa e decidiram que:
Dia 28 de abril
Vamos parar o Brasil
As centrais sindicais conclamam seus sindicatos filiados para, no dia 28, convocar os trabalhadores a paralisarem suas atividades, como alerta ao governo de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarão as propostas de reformas da Previdência, Trabalhista e o projeto de Terceirização aprovado pela Câmara, que o governo Temer quer impor ao País.
Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil”.

São Paulo, 27 de março de 2017.

Assinam: Adilson Araújo (presidente da CTB), Antonio Neto (presidente da CSB), José Calixto Ramos (presidente da Nova Central), Paulo Pereira da Silva (presidente da Força Sindical), Ricardo Patah (presidente da UGT), Vagner Freitas (presidente da CUT), Edson Carneiro ‘Índio’ (secretário-geral Intersindical), Luiz Carlos Prates ‘Mancha’ (CSP-Conlutas), Ubiraci Dantas de Oliveira ‘Bira’ (presidente da CGTB).

DA REDAÇÃO DA ADUFF