Fev
24
2017

8 de março, com atos e greve mundial das mulheres, deve marcar luta contra ‘reformas’

Manifestações estão sendo convocadas em todo o mundo contra feminicídio e por igualdade de direitos; no Brasil, data será marco da luta contra ‘reformas’ da Previdência e Trabalhista

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

“Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. Esse é o mote da Greve Internacional de Mulheres, convocada por movimentos feministas, sindicatos, ativistas sociais – entre elas a militante norte-americana Angela Davis – e diferentes coletivos, no mundo inteiro, que prometem paralisar no dia 8 de março, uma quarta-feira. No tradicionalmente celebrado ‘Dia Internacional da Mulher’, a Aduff-SSind estará unida a tantas outras lutadoras que almejam uma sociedade mais igualitária e inclusiva, participando de ato, no início da tarde, às 14h30min, na Praça Arariboia, no Centro de Niterói (em frente à estação das barcas) e, em seguida, no Centro do Rio de Janeiro, às 16h na Candelária.

O movimento internacional – inspirado em ações ocorridas na Polônia e na Argentina – foi gestado nas últimas semanas de 2016. Assume perspectiva classista e combativa ao se posicionar contra as opressões econômicas, políticas, sociais e às violências física e simbólica. Ganha ainda mais relevância em 2017, quando se comemora o centenário da Revolução Russa – momento expressivo do século 20, que pôs fim a opressão da monarquia czarista e se tornaria símbolo mundial da esperança de dias melhores.

Pauta nacional: fim da Reforma Trabalhista e da Previdência

“A chamada ‘Greve Internacional das Mulheres’ se coloca em um lugar muito claro para a luta feminista atual, das mulheres trabalhadoras; nos permite fazer uma comemoração sem um cunho conservador ou neoliberal”, explica Bianca Novaes, diretora da Aduff-SSind.

Segundo a docente, o movimento no Brasil ganha ainda mais amplitude porque além de ser um dos países líderes em feminicídio na América Latina, machista e desigual em relação à promoção de oportunidades para homens e mulheres, conta com governantes que propõem leis que agridem ainda mais a condição feminina. Entre elas estão as ‘reformas’ da Previdência e a Trabalhista – medidas que afetam ainda mais significativamente as mulheres, já tão oprimidas pelo mercado de trabalho, pela jornada dupla de funções profissionais e de afazeres domésticos.

De acordo com a novas regras previdenciárias encaminhadas pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, homens e  mulheres devem atingir a idade mínima de 65 anos para obtenção da aposentadoria, cujo valor, de acordo com os novos cálculos, seria também reduzido. A proposta desconsidera a existência do mercado informal e a falta de condições de trabalho de muitos profissionais no país.

“É necessária a participação de todas nesse movimento”, diz Bianca Novaes, denunciando a gravidade da reforma trabalhista que também está em curso. “Hoje, ainda há muitas mulheres que ganham menos, têm jornada dupla ou tripla; e difícil inserção nesse mercado de trabalho. E a reforma trabalhista ainda fortalece o negociado contra o legislado, estimula a terceirização e a informalidade das relações de trabalho e leva à baixa dos salários”, complementa a docente.

Aduff-SSind terá atividades especiais no mês de março

Além de participar da construção da “Greve Internacional das Mulheres”, a Aduff-SSind terá atividades específicas para debater questões de gênero, ao final na última semana de março. A programação, que será divulgada em breve, estará voltada para a comunidade de todos os campi da Universidade Federal Fluminense, em Niterói e fora da sede.

Abaixo, links relativos ao movimento “Greve Internacional das Mulheres”

BRASIL: https://goo.gl/hgkWCO

RIO DE JANEIRO https://goo.gl/WJ1Eug

Página no Facebook: https://www.facebook.com/GrevedeMulheres/?fref=nf