Fev
10
2017

Assembleia docente na UFF debate luta nacional em defesa da educação pública e contra retirada de direitos

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Docentes da UFF estiveram reunidos em assembleia geral da categoria, na tarde dessa quinta-feira (9), para debater as resoluções do 36º Congresso do Andes-SN, que aconteceu em Cuiabá (MT), entre os dias 23 e 29 de janeiro. O evento, principal instância de deliberação do movimento docente nacional, reuniu professores de todo o país, entre eles uma deleção de professores da UFF, para nortear as ações do Sindicato Nacional em 2017.

No primeiro ponto de pauta, foi lida a Carta de Cuiabá, que sintetiza as principais orientações do Congresso, a exemplo da centralidade da luta para este ano: “Defesa dos serviços públicos e do projeto de educação do Andes-SN, referenciado no Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, lutando pela autonomia e valorização do trabalho docente, construindo ações na luta contra a intensificação da retirada de direitos, contra a apropriação do fundo publico pelo capital, e a criminalização dos movimentos sociais e todas as formas de opressão. Intensificação do trabalho de base, em unidade com a CSP-Conlutas, as entidades da educação e demais organizações do campo classista, na perspectiva da reorganização da classe trabalhadora, pelo Fora Temer e da construção da greve geral”.

Os docentes também alertaram para a luta em defesa de direitos historicamente conquistados, que estão sob ameaça com as propostas governistas de contrarreformas da Previdência, Trabalhista e a Emenda Constitucional 95/2016 (antiga PEC 55/2016) – que congela os orçamentos públicos por 20 anos.

Representação na CSP-Conlutas

A assembleia também debateu a atuação na CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular). "A desfiliarção da CUT e a filiação à CSP foi uma decisão acertada, ao construir uma central sindical e popular. No entanto, devido à questões quantitativas e qualitativas, ainda estamos distantes de um patamar que propicie à CSP-Conlutas desempenhar um papel protagonista na organização das lutas para enfrentar os ataques aos direitos e às demais políticas do capital", dizia o trecho da carta distribuída aos docentes para impulsionar o debate sobre o segundo ponto de pauta da assembleia dessa quinta-feira: eleição CSP-Regional.

O documento intitulado "Fortalecimento da nossa Central Sindical como forma de organização da classe trabalhadora para enfrentar os ataques do capital" relatou o processo de construção da CSP-Conlutas, da qual o Andes-SN é parte atuante, e problematizou as contradições da entidade que aglutina uma centena de sindicatos, além de movimentos populares.

Por unanimidade, a assembleia geral aprovou intensificar a resistência a essa difícil conjuntura, fortalecendo a CSP-Conlutas, o Espaço de Unidade de Ação, e os Fóruns em defesa dos serviços públicos. Indicou a professora Sônia Lúcio Rodrigues de Lima para compor a secretaria executiva estadual da CSP-Conlutas e a docente Elizabeth Vasconcelos como suplente. A professora Elza Dely de Macedo será delegada da Aduff-SSind na Plenária das Entidades Filiadas à CSP-Conlutas, que acontecerá no próximo final de semana.

"Diferentemente da Central Única dos Trabalhadores, que foi construída a partir do ascenso dos movimentos sindicais e sociais da década de 1980; a CSP Conlutas foi construída a frio – e isso é determinante para a sua intervenção – no processo de reforma da previdência do governo lula. É uma central pequena mas expressa nossa capacidade de atuação; sendo necessário fortalecê-la, sobretudo porque a luta em defesa da universidade pública não se resolve nos muros da universidade", disse Sonia Lucio, defendendo a ampliação da democracia interna e a autonomia da CSP em relação aos partidos políticos.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Assembleia dos professores da UFF, realizada no campus Gragoatá, na quinta-feira (9) – autor: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind