Fev
08
2017

Ato em Niterói convoca ‘todo mundo’ para luta contra PEC que ‘rouba’ direito à aposentadoria

Manifestação teve panfletagem e busca de diálogo com a população sobre o risco que a PEC da Previdência representa; para sindicalistas, é hora de reagir

Da Redação da Aduff-SSind.
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

“Essa PEC 287 é uma declaração de guerra à classe trabalhadora”, disse à reportagem da Aduff-SSind Carlos Augusto Aguilar Junior, diretor da seção sindical, ao fazer referência à análise da professora Sara Granemann, da UFRJ, sobre os impactos da contrarreforma da previdência proposta pelo governo Michel Temer à vida dos trabalhadores.

A crítica à retirada de direitos historicamente conquistados foi o mote do protesto que ocorreu na tarde da terça-feira (7), na Praça Arariboia, no Centro de Niterói, com panfletagem e discursos dirigidos à população. A atividade foi organizada pelo Fórum de Lutas de Niterói, que conta com a participação de diversos sindicatos da cidade, entre eles a Aduff-SSind, o Sintuff; a regional de Niterói do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o Sindicato dos Bancários; o Sindicato dos Vigilantes; e o SintesNit - Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais de Niterói e de São Gonçalo.

Fim da aposentadoria

"Trabalha até morrer ou morre trabalhando", disse Edson Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, ao resumir  a PEC 287, que ao reformular o sistema previdenciário exigirá 49 anos de contribuição previdenciária e 65 anos de idade tanto para homens e mulheres possam obter a aposentadoria sem reduções em seu valor.

Ele e outros manifestantes citaram pesquisas que comprovam que a previdência brasileira não é deficitária - a exemplo do que é feito pela Auditoria Cidadã da Dívida - contradizendo o governo federal. "O governo mascara as informações e não diz a verdade ao povo; cria a crise econômica e quer responsabilizar e penalizar os trabalhadores por ela", afirmou Luiz Cláudio Costa, presidente do Sindicato dos Bancários.

Para a professora Gelta Xavier, também da direção da Aduff, as ‘reformas’ atingem os direitos ao trabalho e à aposentadoria. "É preciso debater esse tema em casa, com amigos e vizinhos. Se perdemos esses direitos, será ainda mais difícil reconquistá-los", disse a docente, conclamando as pessoas que passavam pela praça à luta.

Considerações semelhantes foram feitas por Pedro Rosa, coordenador-geral do Sintuff, que afirmou que o governo tem priorizado o pagamento dos juros da dívida pública ao invés de garantir melhorias e investimentos em Saúde e Educação.

Para Marcos Ribeiro, da direção do Sintesnit, a lógica neoliberal que ganhou fôlego nos anos 1990 segue como linha mestra dos governos em todas as esferas, evidenciada pela recente iniciativa de privatização da Companhia de Água e Esgotos do Rio de Janeiro - Cedae, estado que protagoniza crise política e econômica, penalizando trabalhadores e população.