Fev
06
2017

'Escola Sem Partido' é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados

Fernando Penna, professor da Faculdade de Educação da UFF, será um dos expositores contrários ao movimento que pretende cercear o debate plural em sala de aula. Audiência será transmitida ao vivo pelo link da TV-Câmara.
.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
.
Na tarde dessa terça-feira (7), às 15h, a Câmara dos Deputados promoverá audiência pública para debater o 'Escola Sem Partido' - movimento que tem sido denominado de 'Lei da Mordaça' porque, por meio de diferentes projetos de lei, objetiva impedir o debate crítico no ambiente educacional, cerceando a autonomia pedagógica, a liberdade de expressão e pensamento democrático e plural nas escolas.
Os docentes Fernando de Araújo Penna e Toni Reis apresentarão os argumentos contrários ao Escola Sem Partido, durante a audiência. O primeiro é doutor em Educação, professor da Universidade Federal Fluminense e integrante do "Movimento Professores Contra o Escola sem Partido". Já Toni Reis é pós-doutor em Educação e ativista em Direitos Humanos e LGBT.
Os defensores do 'Escola Sem Partido' serão Bráulio Porto de Matos – Doutor em Sociologia, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e Vice-presidente do 'Movimento Escola Sem Partido' - e Luís Lopes Diniz Filho, Doutor em Geografia e professor da Universidade Federal do Paraná.
Assista e faça seus comentários no site da TV Câmara: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/aoVivo.html
'Frente Nacional Escola Sem Mordaça' defende debate crítico no ensino

A Aduff-SSind, o Andes-SN e a CSP-Conlutas são algumas das muitas entidades que integram a 'Frente Nacional Escola Sem Mordaça', lançada no segundo semestre de 2016 para combater a censura imposta pelo "Escola Sem Partido". Em manifesto publicado à época, partidos políticos, movimentos estudantis, movimentos sociais, sindicatos e outros coletivos afirmaram a importância da 'Frente Nacional Escola Sem Mordaça': “Defender a escola sem partido é defender a escola com apenas um partido. Partido daqueles que são contra uma educação laica e contra o debate sobre gênero, fortalecendo assim a cultura do estupro e a LGBTTIfobia presente em nosso país. Defendemos a escola crítica sim, a educação libertadora, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão e pensamento. Historicamente, as classes dominantes do Brasil em seus sucessivos governos e em todas as esferas têm sucateado e precarizado a educação. Sequer a escola pública de qualidade em suas acepções fundamentalmente liberais é garantida à população, principalmente aos seus segmentos mais pauperizados”, diz trecho do documento, que pode ser lido na íntegra aqui.