Jan
29
2024

Nos 20 anos da Visibilidade Trans, Aduff e Andes-SN defendem políticas de inclusão nas universidades

Data está sendo celebrada com atos já realizados em cidades como Brasília e São Paulo e que ainda devem acontecer nos próximos dias; Andes-SN ressalta campanha pela reversão do processo de demissão da professora Êmy, primeira docente trans do IFCE.

 

Representantes da Aduff e do Andes-SN no ato da Visibilidade Trans em Brasília, no domingo (28) Representantes da Aduff e do Andes-SN no ato da Visibilidade Trans em Brasília, no domingo (28) / foto: Arquivo Pessoal

Eventos no Rio de Janeiro e em diversas cidades do país celebram, ao longo desta semana, pelo vigésimo ano, o Dia Nacional da Visibilidade Trans - 29 de janeiro. Algumas atividades já ocorreram no fim de semana que antecedeu a data, entre elas manifestações em São Paulo e em Brasília no domingo (28), na qual a Aduff-SSind esteve representada. 

A 1ª Marsha Nacional pela Visibilidade Trans foi realizada em frente ao Congresso Nacional, na capital federal. A 'Marsha' recebe essa grafia em homenagem a Marsha P. Johnson, ativista trans negra e uma das figuras mais importantes do movimento pelos direitos LGBTQIA+ nas décadas de 1960 e 1970, nos Estados Unidos.

Revogação da carteira de identidade transfóbica; cotas trans em todos os concursos públicos; inclusão do nome social nos sistemas de governo; direito à saúde integral e transespecífica no SUS; e garantia de um envelhecimento saudável, para além da expectativa de vida atual de 35 anos, são algumas reivindicações levadas ao ato em Brasília. 

A Aduff foi representada na atividade pela professora Maria Cecília Castro, presidenta da seção sindical, que estava em Brasília para participar da reunião setorial das instituições federais de ensino, que debateu encaminhamentos a serem dados para a campanha salarial. 

Universidade: por vezes, espaço hostil

A professora Letícia Nascimento representou o Andes-Sindicato Nacional na manifestação.

"Nesse mês de visibilidade trans, nós seguimos na luta pela permanência de docentes trans nas instituições de ensino superior", disse a docente em vídeo divulgado pela entidade, que integra a direção nacional do Andes (Regional Nordeste). "Infelizmente a universidade por vezes é um espaço extremamente hostil à nossa existência", constata na mensagem. 

Observa ainda que as cotas para pessoas trans no ensino superior e nos concursos públicos são uma importante política de reparação histórica. No entanto, ressalta que é preciso também garantir condições de permanência, assim como reforçar ações de combate à transfobia.

Menciona ainda o caso recente de Êmy Virgínia, a primeira professora trans do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), como um exemplo da transfobia institucional existente.

Êmy saiu do país para cumprir atividades do seu programa de doutorado, com realização prévia das aulas no IFCE e anuência do colegiado de curso. Contudo, sua ausência foi utilizada como justificativa para a exoneração.

Para Letícia, a inclusão de pessoas trans nas instituições de ensino e no movimento sindical é um passo importante da classe trabalhadora na construção de um mundo mais plural.

Campanha

As atividades em relação à data também envolvem o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que lançou, no último dia 22, a campanha “Os 20 Anos da Visibilidade Trans no Brasil”, que marca as duas décadas de celebração do 29 de janeiro no país, iniciada em 2004, com o movimento “Travesti e Respeito”. A data é um marco no combate à transfobia no país, numa luta que ainda busca visibilidade.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Representantes da Aduff e do Andes-SN no ato da Visibilidade Trans em Brasília, no domingo (28) Representantes da Aduff e do Andes-SN no ato da Visibilidade Trans em Brasília, no domingo (28) / foto: Arquivo Pessoal

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