Mai
02
2024

Comando Local de Greve se reúne com Reitoria e apresenta pautas da categoria docente

Na reunião ocorrida nesta quinta-feira (2), atendendo à solicitação do Comando Local de Greve, Reitoria da UFF apresentou um quadro gravíssimo no orçamento da universidade; recomposição orçamentária é uma das pautas centrais do movimento paredista 

Docentes que integram o Comando Local de Greve da UFF, assim como a presidenta da Aduff-SSind, professora Maria Cecília Castro, foram recebidos pelo reitor da universidade, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, na tarde desta quinta-feira, dia 2 de maio de 2024.

O Comando Local de Greve abordou alguns temas relacionados à pauta do movimento paredista, como o direito de greve, o respeito aos grevistas e a autonomia dos movimentos dos três segmentos (estudantes, técnicos e docentes).

Também defendeu a suspensão do calendário acadêmico, como deliberado em assembleia da categoria docente. E cobrou informações concretas sobre o orçamento da instituição, que, como dito pela Reitoria, corre o risco de paralisar por falta de recursos no segundo semestre - agosto ou setembro.

Pró-reitor de Planejamento e Orçamento, Júlio Andrade relatou um cenário gravíssimo em termos orçamentários para a universidade. "O nosso orçamento está em R$ 174 milhões, o custo discricionário anual. A nossa expectativa é chegar até setembro nessa configuração atual. Então está sendo feito um esforço de revisão de diversos contratos de operação para que a gente consiga esticar ao máximo esse cenário, mas o contexto está muito delicado", disse, à reportagem da Aduff-SSind, logo após a reunião. 

Segundo ele, os R$ 2,5 bilhões demandados pela Andifes, a associação dos reitores das instituições de ensino superior, ao governo federal para atender as necessidades das universidades até o fim do ano seguem apenas no pedido: não foi viabilizado até agora. "É um desafio muito grande não só para a UFF, como para as demais universidades", disse, criticando, ainda, o fato de o valor necessário ser muito pequeno diante dos R$ 43 bilhões em emendas parlamentares aprovados pelo Congresso Nacional.

A recomposição do orçamento das instituições federais de ensino é, ao lado da recomposição das perdas salariais, uma das pautas centrais do movimento paredista na Educação Federal.

A greve vem denunciando a atual política fiscal do governo Lula - que impõe um teto de gastos para as despesas relacionadas às políticas sociais e aos serviços públicos -, enquanto reserva recursos para o pagamento de altas taxas de juros aos grandes credores das dívidas públicas. 

Também vem defendendo a importância do movimento para disputa orçamentária que coloca, de um lado a educação pública e, do outro, as emendas parlamentares que atendem prioritariamente o chamado Centrão.

Notificação da greve

A reunião foi marcada pela Reitoria em resposta à notificação da Aduff, protocolada no dia 24 de abril, comunicando o início da greve docente, deflagrada na segunda-feira (29).

Neste documento, a direção da seção sindical solicita o agendamento da reunião e informa que eventuais atividades que sejam consideradas essenciais serão assim entendidas e negociadas entre o Comando Local de Greve e a instituição, de acordo com suas especificidades.

Quem participou

Participaram da reunião, representando a Reitoria, o reitor Antonio Carlos Nóbrega, o vice-reitor Fábio Passos, Laura Maciel, chefe de Gabinete, Júlio Andrade, pró-reitor de Planejamento e Orçamento, Aline Marques, pró-reitora Progepe, Walkimar Carneiro, pró-reitor de Graduação, e Erika Frazão, assessora para criação da Coordenação de Equidade e Inclusão.

Pelo Comando Local de Greve, participaram as professoras Eblin Farage (ESS), Jaqueline Botelho (ESS), Renata Schitino (História) e Maria Cecília Castro (Coluni); e os professores Carlos Augusto Aguilar Junior (Coluni), João Claudino Tavares (Rio das Ostras), André Feitosa (Coluni) e Waldyr Castro (IEF).

Da Redação da Aduff
Foto: Luiz Fernando Nabuco

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