Mai
01
2024

Neste 1° de Maio, Educação levou as pautas da greve para as ruas de Madureira

Aduff participou da manifestação da tradicional data de luta da classe trabalhadora

Na luta por direitos, emprego e serviços públicos de qualidade para a população brasileira, servidore(a)s da Educação e estudantes foram para as ruas com o conjunto da classe nesta quarta-feira (01), Dia Internacional de Luta de Trabalhadores e Trabalhadoras.

Organizado pelo Fórum de Comandos de Greve do RJ, composto por técnicos administrativos e docentes federais em greve no Estado, o ato em Madureira se concentrou no Viaduto Negrão de Lima e seguiu em direção ao Parque da Madureira, onde o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também organizava atividade do 1° de Maio.

Integrantes da diretoria do Andes, da Aduff-SSind e do Comando Local de Greve (CLG) docente da UFF estiveram presentes na manifestação.

No percurso, além de panfletagem e diálogo com a população, palavras de ordem em defesa da revogação das reformas trabalhista e previdenciária, pelo aumento geral dos salários, redução da jornada de trabalho e pela recomposição salarial e orçamentária das instituições federais de ensino, pautas da greve federal da Educação.

Nas ruas, as e os trabalhadores em greve defenderam o movimento paredista como "necessário e justo", na luta em defesa de orçamento para a Educação e pela existência de serviços públicos de qualidade. Estudantes presentes puxaram a palavra de ordem "trabalhador, tô do seu lado, nosso futuro não será precarizado".

Para Alexandre Soares, professor de Psicologia da UFF em Volta Redonda, ainda existe uma cultura muito enraizada de que os movimentos grevistas são movimentos de retirada, uma “ideia clássica de parar as máquinas e as fábricas”. Para o docente, presente no ato desta quarta, estar na rua é mostrar que, antes de tudo, o movimento grevista é de ocupação dos espaços e das ruas.

“Aproveitar o feriado do Dia do Trabalhador para estar na rua é uma oportunidade de dialogar com a população, num momento que a população pode estar mais disponível para conversar, numa correria menos acentuada da luta pela sobrevivência”, defende. 

Ele conta que em 2024, o campus da UFF em Volta Redonda segue com os mesmos problemas de quando foi inaugurado, em 2011. “A universidade não tem dinheiro às vezes para pagar a conta de luz, os ônibus que tem não dão para todos os estudantes, a gente dá aula em prédio caindo. Em março, eu passei um dia tirando água da minha sala, com pano de chão e balde”, diz.

Para Alexandre, o ato dá oportunidade à população de perceber que há pessoas construindo movimentos e enfrentamentos à situação. “Acho que a greve tem esse papel de tornar público que a universidade está em crise, num processo de mortificação. A greve não é só para que a gente ganhe melhores salários, para conseguir melhores condições para a universidade, isso é fundamental, mas também é para evidenciar que a educação precisa ser prioridade, precisa de investimento, de estrutura, de orçamento público”, finaliza o professor, que integra o Comando Local de Greve (CLG) docente da UFF.

Professora da UERJ e 2° vice-presidente da Regional RJ do Andes-SN, Renata Gama participou do ato e fez questão de frizar que a greve, embora seja encabeçada pelos servidores federais, é uma greve da Educação.

“Digo isso para falar da importância da nossa unidade na luta. Essa é uma greve que coloca na ordem do dia a defesa da Educação, das pautas da educação, contra a precarização, o desmonte, pela revogação do NEM, por mais orçamento das universidades, pela recomposição salarial dos servidores - porque quem faz as instituições são os seus trabalhadores. Pela assistência e permanência estudantil. Os cortes orçamentários do governo Bolsonaro continuam no governo Lula e colocam em risco o funcionamento das universidades, institutos federais e cefets”, alertou.

Técnico administrativo da UFRJ e integrante da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira da Fasubra, Agnaldo Fernandes destaca que, pare ele, estar na rua no 1° de maio é uma obrigação, em função do simbolismo que essa data traz e de todo o histórico de luta da classe trabalhadora.

"Quando a gente consegue conjugar essa luta com a pauta da greve e das categorias que estão em greve, isso impulsiona ainda mais a importância desse processo. Vir para Madureira, que é um local da classe trabalhadora, e tentar aglutinar e reforçar cada vez mais as pautas para que a gente possa unificar as lutas e retomar o processo de lutas é importante não só para o Rio de Janeiro, mas para o país. Esses são elementos fundamentais que colocam a classe trabalhadora no protagonismo que ela precisa", ressalta.

Veja aqui as fotos do evento!

Da Redação da Aduff  | por Lara Abib

Fotos: Luiz Fernando Nabuco

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