Os anúncios para o orçamento das Instituições Federais de Ensino feitos pelo presidente Lula na reunião com reitores e reitoras, ocorrida na segunda-feira (10), são uma conquista das Greves da Educação Federal. É o que afirma, neste vídeo, o professor Gustavo Seferian, integrante do Comando Nacional da Greve docente e presidente do Andes-Sindicato Nacional.
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"A greve pressionou e o governo anunciou promessa de medidas para reduzir a grave crise orçamentária das universidades, Ifes e cefets. Não é o suficiente. Mas indica algum avanço. Uma coisa fica clara: sem a luta e a pressão da Greve da Educação Federal, o governo nunca teria se movimentado", afirma o representante do Comando de Greve do Andes-SN.
O evento ocorrido no Palácio do Planalto, pela manhã, foi 'acompanhado' de um ato público promovido pelos Comandos de Greve do Andes-SN, Sinasefe e Fasubra, em frente ao local, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
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Na cerimônia, o governo federal anunciou recursos para o orçamento das instituições federais de ensino e prometeu dar início a um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
"O governo federal sinalizou para reitores e reitores toda uma série de indicativos orçamentários para as instituições federais de ensino. São verbas para custeio, investimento, e também a sinalização de um PAC para as universidades. Todas essas verbas, que ainda de uma forma insuficiente e parcial foram alcançadas, resultam do movimento grevista de professoras, professores e técnicas e técnicos", constata Gustavo.
Embora a mensagem do Comando Nacional de Greve caracterize o anúncio como uma conquista do movimento paredista, faz um alerta para a necessidade de manter a vigilância sobre o que foi prometido. "As verbas ainda não alcançam a integralidade daquilo que foi ansiado por nosso movimento e precisam ser majoradas. Há investimentos futuros nas instituições federais de ensino superior e que devem ser objeto de nossa atenção, haja vista que não foram detalhadas sequer para os reitores e reitoras, quiçá para o movimento grevista e para o público em geral", disse.
A professora Aline Breconci, também do Comando Nacional de Greve, ressaltou outra preocupação: o anúncio da expansão sem que se tenha solucionado o grave problema orçamentário das instituições federais atuais. "Ainda nos preocupa toda essa situação, [ pois] os orçamentos de custeio e investimento têm sido corroídos nos últimos anos. Como novas frentes serão abertas se as frentes antigas andam sucateadas?", questiona.
O presidente do Andes-SN corrobora com a preocupação e reitera a necessidade de acompanhar e buscar incidir sobre o desenrolar destes projetos.
"O desdobramento deste PAC das universidades reclamará de nós uma vigilância permanente, aos modos de sua efetivação, com vistas a não aprofundar tonalidades privatizantes e precarizantes de direitos sociais", conclui.
A greve docente continua e terá uma nova reunião com o governo na mesa de negociação nesta sexta-feira, dia 14 de junho de 2024, para quando estão previstas manifestações em Brasília.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho