×

Aviso

There was a problem rendering your image gallery. Please make sure that the folder you are using in the Simple Image Gallery Pro plugin tags exists and contains valid image files. The plugin could not locate the folder: media/k2/galleries/5461
Mai
30
2023

Debate promovido pela Aduff no Coluni-UFF defende revogação do Novo Ensino Médio

A roda de conversa contou com a participação de José Rodrigues, professor da Faculdade de Educação da UFF e de Thiago Coqueiro, professor da rede Municipal de Niterói e representante do SEPE. A mediação foi da professora da Faculdade de Educação e diretora da Aduff, Inny Accioly.

 

Mesa do debate realizado no Coluni-UFF, sobre o Novo Ensino Médio Mesa do debate realizado no Coluni-UFF, sobre o Novo Ensino Médio / foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

A luta pela revogação do Novo Ensino Médio foi o tema do debate realizado pela Aduff, na última quinta-feira (25), no Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni-UFF). A roda de conversa contou com a participação de José Rodrigues, professor da Faculdade de Educação da UFF e de Thiago Coqueiro, professor da rede Municipal de Niterói e representante do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro). A mediação foi da professora da Faculdade de Educação e diretora da Aduff, Inny Accioly.

Primeiro a falar, o professor José Rodrigues chamou a atenção das e dos estudantes para a aprovação, em 2016, do 'teto de gastos' fixado pela Emenda Constitucional 95, “sob o governo golpista de Michel Temer” - o mesmo que propôs a Medida Provisória, aprovado pelo Congresso em 2017, que estabeleceu a Lei do Novo Ensino Médio.

Para o docente, “a contenção de verbas para a saúde e a educação vão estraçalhar qualquer possibilidade de futuro para a escola brasileira. Se o governo continuar não podendo gastar com educação, nem novo, nem velho Ensino Médio vão funcionar. O que vai acontecer é que as condições de estudo de vocês, dos seus amigos, dos seus irmãos mais jovens irão piorar ano a ano”, alertou.

José Rodrigues falou sobre a propaganda veiculada na televisão, na época da aprovação da reforma do Ensino Médio. Para ele, o que era veiculado “dizia meias verdades e oferecia falsas soluções”. “As propagandas diziam que o problema da educação brasileira era que vocês, jovens, não se interessavam pelo que é apresentado na escola, que o que nós trazíamos diariamente era chato, que não servia para nada”.

O professor também destacou que o que está sendo ofertado como Novo Ensino Médio não se sustenta, e o que era considerado chato, tradicional, está sendo jogado fora e no lugar está sendo colocado ‘quase nada’.

“Seja lá o que vocês querem fazer da vida de vocês, a ignorância nunca ajudou ninguém em nada. (...) O que eu espero de vocês é que vocês aprendam, que vocês estudem, que vocês olhem para a realidade, que pensem o que querem fazer com a escola de vocês, com a universidade de vocês, com o lazer de vocês. E seja lá o que nós precisemos fazer para tornar o ensino médio e a educação mais interessante, sem dinheiro não dá para fazer nada”, reiterou.

Segundo a falar, o professor Thiago Coqueiro destacou que a Reforma do Ensino Médio vem na mesma toada da Reforma da Previdência de 2016, iniciada no mesmo governo Temer, e que ao precarizar o ensino, vai moldando as e os estudantes para um mundo do trabalho cada vez mais sem direitos.

“Para que a gente consiga criar condições de pressão para mudar esse cenário, a saída é a mobilização coletiva nos sindicatos, grêmios estudantis, movimentos populares e de juventude. Não é só dizer ‘não’! É imprescindível a realização de debates e a formulação nesses espaços para que a gente consiga criar uma proposta da classe trabalhadora e da juventude para a Educação brasileira”, ressaltou Thiago.

O professor da rede municipal de Niterói também frizou como as e os estudantes de escola pública saem perdendo com o Novo Ensino Médio. Com a diminuição da carga horária de disciplinas tradicionais e a implementação dos ‘itinerários formativos’, a grade curricular está sendo esvaziada.

“As escolas particulares estão mantendo todas as disciplinas e oferecendo os itinerários formativos. Nas escolas públicas, isso não precisa ser mais garantido. Só que, por exemplo, o Enem cobra todas as disciplinas, o que cria uma desigualdade no acesso ao conhecimento e no acesso às instituições de ensino superior. Os estudantes de escola publica vão ter mais dificuldade para competir e acessar a universidade”, reiterou.

Docente da Faculdade de Educação da UFF e mediadora do debate, a professora Inny Accioly também ressaltou que os ‘itinerários formativos’ tiram a possibilidade das e dos estudantes de mudarem de ideia, já que têm que escolher por volta dos 14 e 15 anos que caminho seguir. E que ao diminuir a carga horária de disciplinas como biologia, química, física, artes, entre outras, a reforma não facilita, mas dificulta a escolha dos jovens no processo de saber qual profissão seguir.

“O Novo Ensino Médio substituiu disciplinas tradicionais e coloca outra como as de ‘projeto de vida’. Parece até bonito ajudar os estudantes a criarem um projeto de vida, mas na verdade o projeto é fazer com que a gente acredite que se a gente não conseguir um emprego de carteira assinada, se a gente passar aperto e não conseguir um trabalho que consiga botar comida na mesa, que é culpa nossa, que a gente não fez um bom projeto de vida. Isso é colocar a culpa em cada um de vocês, é colocar cada um por si, competindo um com o outro, e eximir o Estado de garantir educação de qualidade, emprego de qualidade, uma vida digna e com direitos”, encerrou.  

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Mesa do debate realizado no Coluni-UFF, sobre o Novo Ensino Médio Mesa do debate realizado no Coluni-UFF, sobre o Novo Ensino Médio / foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Additional Info

  • compartilhar:

Image Gallery

{gallery}5461{/gallery}