O Conselho Universitário da UFF aprovou unânime que a universidade rejeita o Future-se, o programa apresentado pelo governo federal para o ensino superior do país. A votação ocorreu pouco antes das 11h30 da manhã desta quarta-feira, 4 de setembro de 2019, com o auditório do Instituto de Geociências, no campus da Praia Vermelha, em Niterói, lotado.
Cerca de 400 pessoas, entre estudantes, docentes e técnicos,compar
O dirigente da seção sindical do Andes-SN na Universidade Federal Fluminense disse que esse é o momento mais grave da história das universidades federais do país e que não há tempo a perder na mobilização e na luta para evitar a sua destruição. “A proposta existente do Future-se já existe de fato, é real, e temos que colocar os três segmentos da universidade em movimento e isso é uma tarefa que não é fácil. A gente não pode ficar esperando a apresentação do projeto para nos colocar em movimento, nosso movimento tem que se antecipar ao governo”, disse, ao defender que os conselheiros colocassem em votação a proposta aprovada na assembleia comunitária, de rejeição total ao Future-se.
Pouco antes, o reitor da UFF, professor Antonio Claudio, embora se posicionando contrariamente ao conteúdo da proposta do governo, havia argumentado não haver um projeto concreto com o que está sendo proposto para o ensino superior público federal no país. Disse que o que se sabe até agora é contra os princípios previstos na Constituição Federal para a universidade pública e que isso é inaceitável. A posição gerou cerca insatisfação entre parte dos conselheiros e no público que assistia à sessão, que defendiam uma posição mais contundente e clara da Reitoria. Antonio Claudio disse que a posição da UFF deveria ser definida pelo Conselho universitário e não por ele ou pela Reitoria. Na véspera, em reunião com a direção da Aduff, o reitor afirmou que as resoluções aprovadas dentro do regimento pelo CUV seriam respeitadas e implementadas.
Logo após o pronunciamento da Aduff, o reitor colocou em votação a rejeição do Future-se, aprovada por unanimidade e sob aplausos. A próxima manifestação prevista pelo movimento em defesa da universidade será durante o Grito dos Excluídos, no 7 de Setembro. Também serão convocadas assembleias comunitárias nos campi fora da sede. A Aduff percorrerá ainda as unidades para debater o projeto, a situação da universidade e defender a mobilização em defesa da universidade pública.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho