Ago
13
2013

Governo do Estado trata professores como caso de polícia e provoca conflito

Na noite desta segunda-feira (12), cerca de 20 professores da rede estadual de ensino foram expulsos de forma violenta do hall do Palácio Guanabara pela Polícia Militar. Os docentes, que aguardavam o fim da reunião entre o Sepe/RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação-RJ), o vice-governador Luiz Fernando Pezão e o subsecretario de Educação, Antonio Neto, decidiram pela realização de uma vigília ao serem informados que os representantes do governo não haviam garantido a retirada do veto do governador Sérgio Cabral ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que garante uma escola para cada matrícula dos professores da rede estadual.

A reivindicação que elenca a pauta dos professores, em greve desde o dia 9 de agosto, tem como objetivo diminuir os prejuízos advindo dos deslocamentos físicos dos docentes e da multiplicidade de turmas, que prejudicam o processo de ensino e aprendizagem. De acordo com uma das coordenadorais gerais do SEPE-RJ, Ivonete Silva, embora a vigília não tenha sido deliberada em nenhum espaço de decisão dos docentes, existe uma cultura da categoria de acompanhar as audiências. Por isso, ela considera a ação dos professores legítima, resultado de uma frustração com o processo de negociação.

“Diante da decisão dos docentes, os diretores do SEPE-RJ permaneceram no local após o fim da reunião com o objetivo de mediar o conflito e proteger os manifestantes. Entretanto, o conflito só aconteceu porque a Polícia Militar partiu para a ação direta com o objetivo de desocupar o Palácio. Na minha opinião faltou diálogo. O vice-governador estava lá, poderia ter saído para conversar com os professores”, ressaltou.

Em nota, o SEPE/RJ também afirmou que tomará as medidas cabíveis no sentido de reparar os danos sofridos pelos docentes. “É inaceitável a truculência com que os manifestantes foram tratados, entre eles diretores do Sepe/RJ. Repudiamos, veementemente,a  ação da polícia que provocou muitos feridos”, diz o documento.

Confusão generalizada

A expulsão dos professores do Palácio Guanabara gerou revolta entre os cerca de 500 manifestantes que protestavam contra o governo Sérgio Cabral do lado de fora da sede do governo. Mais uma vez, o Batalhão de Choque foi acionado para dispersar os protestos, usando spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Confira a pauta dos professores da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro, em greve desde o dia 9 de agosto:
O que a rede municipal do Rio reivindica:
1- Reajuste de 19%;
2- Plano de carreira unificado;
3- 1/3 da carga horária para planejamento;
4- Fim da meritocracia;
5- Melhores condições de trabalho.
O que a rede estadual reivindica:
1 – Reposição emergencial de 28%;
2 – Derrubada do veto do governador Cabral ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que garante uma matrícula de professor em apenas uma escola;
3 – 30 horas semanais para funcionários;
4 – Garantia de retorno dos funcionários administrativos que ainda estão fora das suas escolas;
5 -  Democracia nas escolas – eleição para diretor de escola;
6 – Fim da política meritocrática do governo - plano de metas e do projeto Certificação;
7 - Cumprimento da lei do 1/3 da carga horária para planejamento;
8 - Regularização dos animadores culturais;