Na noite desta segunda-feira (12), cerca de 20 professores da rede estadual de ensino foram expulsos de forma violenta do hall do Palácio Guanabara pela Polícia Militar. Os docentes, que aguardavam o fim da reunião entre o Sepe/RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação-RJ), o vice-governador Luiz Fernando Pezão e o subsecretario de Educação, Antonio Neto, decidiram pela realização de uma vigília ao serem informados que os representantes do governo não haviam garantido a retirada do veto do governador Sérgio Cabral ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que garante uma escola para cada matrícula dos professores da rede estadual.
A reivindicação que elenca a pauta dos professores, em greve desde o dia 9 de agosto, tem como objetivo diminuir os prejuízos advindo dos deslocamentos físicos dos docentes e da multiplicidade de turmas, que prejudicam o processo de ensino e aprendizagem. De acordo com uma das coordenadorais gerais do SEPE-RJ, Ivonete Silva, embora a vigília não tenha sido deliberada em nenhum espaço de decisão dos docentes, existe uma cultura da categoria de acompanhar as audiências. Por isso, ela considera a ação dos professores legítima, resultado de uma frustração com o processo de negociação.
“Diante da decisão dos docentes, os diretores do SEPE-RJ permaneceram no local após o fim da reunião com o objetivo de mediar o conflito e proteger os manifestantes. Entretanto, o conflito só aconteceu porque a Polícia Militar partiu para a ação direta com o objetivo de desocupar o Palácio. Na minha opinião faltou diálogo. O vice-governador estava lá, poderia ter saído para conversar com os professores”, ressaltou.
Em nota, o SEPE/RJ também afirmou que tomará as medidas cabíveis no sentido de reparar os danos sofridos pelos docentes. “É inaceitável a truculência com que os manifestantes foram tratados, entre eles diretores do Sepe/RJ. Repudiamos, veementemente,a ação da polícia que provocou muitos feridos”, diz o documento.
Confusão generalizada
A expulsão dos professores do Palácio Guanabara gerou revolta entre os cerca de 500 manifestantes que protestavam contra o governo Sérgio Cabral do lado de fora da sede do governo. Mais uma vez, o Batalhão de Choque foi acionado para dispersar os protestos, usando spray de pimenta e gás lacrimogêneo.