Jun
20
2013

Milhares de pessoas se manifestam contra o aumento das passagens e lutam por direitos em Niterói

Niterói reuniu na noite de ontem (19) cerca de 50 mil pessoas no centro da cidade em manifestação contra o aumento da passagem de ônibus e pela garantia de direitos. A concentração da manifestação foi iniciada cerca de 16h30, em frente à estação das  barcas, na praça Araribóia. O ato, que contou com a participação de estudantes, trabalhadores e diversos movimentos, reivindicava a revogação do aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus, R$ 0,30 nas passagens de barca, além da garantia de direitos.

Pautas como a não aprovação do Estatuto do Nascituro, que restringe os direitos das mulheres ao aborto em caso de estupro, repúdio a “cura gay”, que autoriza o tratamento de pessoas homoafetivas aprovada recentemente na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e ainda, os gastos públicos com os mega-eventos, como Copa e Olimpíadas, em detrimento de investimentos em áreas sociais como saúde e educação, foram algumas das diversas bandeiras levantadas pelos manifestantes

Enquanto o ato acontecia, o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o Governador do Estado, Sérgio Cabral, anunciaram, em coletiva de imprensa, a revogação das tarifas de ônibus e das barcas. O preço para os coletivos serão fixados em R$ 2,75 e das barcas em R$ 4,50, já valendo a partir da próxima segunda-feira, dia 24 de junho. Entretanto, o anúncio não satisfez os manifestantes, que vaiaram e afirmam não deixar a causa.

“A nossa luta é muito maior que a redução da tarifa. Queremos melhora no serviço, que é péssimo. Eu, por exemplo, preciso utilizar dois ônibus e levo quase 1h30 para chegar ao trabalho. Este preço – estipulado para dar lucro aos empresários -é um assalto ao nosso bolso e não condiz com a qualidade do que é oferecido, além de ser uma restrição do direito de ir e vir. As pessoas precisam estar nas ruas para pressionar o governo ainda mais. Já mostramos que não somos bobos” disse a secretária, Juliana Antunes, de 28 anos.

A presidente da ADUFF, Eblin Farage, presente na manifestação, concorda. “O pronunciamento do prefeito do Rio, Eduardo Paes, foi lamentável. Ele afirmou que a revogação do aumento só será possível se o governo retirar recursos de outras áreas, como saúde e educação. Isso não aceitaremos! Como diz a frase que se espalhou pelos protestos em todo o Brasil, a briga não é por 20 centavos, é por direitos. Para nós, não adianta precarizar ainda mais a saúde e a educação e deixar o grandes lucros dos empresários do transporte intactos”, frisou.

Em Niterói, os manifestantes mostraram na noite de ontem a disposição inequívoca pela ampliação da luta. Prometem permanecer na rua até que todos os manifestantes presos sejam libertados, contra a criminalização dos movimentos sociais, pela melhoria nos transportes públicos e contra os subsídios públicos a empresas privadas de transporte. A ADUFF também continuará participando dos protestos, encampando a pauta  unificada e lutando contra a privatização das políticas sociais, em defesa da educação e da saúde públicas, gratuitas e de qualidade. Pela aplicação de 10% do PIB na educação pública Já!