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Jun
19
2013

Estudantes da UFF são presos por participarem de protestos contra o aumento da passagem no Rio

Apesar de o governador Sérgio Cabral afirmar em entrevista, na manhã desta terça-feira, 18, que acha que as recentes manifestações contra o aumento da passagem no Rio de Janeiro “mostram uma juventude desejosa de participar, de estar presente, de questionar, de sugerir e isso é muito bonito", nas ruas o que se vê é a repressão policial contra os manifestantes. No ato pacífico desta segunda-feira, que reuniu, no mínimo, 100 mil pessoas na Cinelândia contra o aumento da passagem de ônibus no estado, dois estudantes da UFF foram presos, simplesmente, por estarem presentes no protesto.

Wesley Prado, estudante de Comunicação Social da UFF, foi preso porque fotografava as cenas de conflito na Assembleia Legislativa e enquadrado absurdamente pelo crime de formação de quadrilha. “Estava fotografando e fazendo vídeos da ação da Tropa de Choque no fina do ato quando os policiais vieram para cima de mim e perguntaram pelo meu crachá de imprensa. Quando eu disse que era estudante e não tinha crachá, eles me carregaram para o camburão sem me falar o motivo de eu estar sendo preso. Na 5ª DP  descobri que estava sendo acusado por formação de quadrilha junto com um morador de rua e um funcionário público aposentado que eu nem conhecia”, relata.

Já Juliana Vianna, estudante de História da UFF, foi detida simplesmente porque saía do protesto em direção à Lapa, acusada de interceptação e roubo qualificado. De acordo com amigos de Juliana que estavam com ela durante o protesto, após saírem da manifestação em direção à Lapa, um grupo de policiais militares chamou o grupo e pediu para que parassem. Ao parar, Juliana e o namorado foram presos e acusados de invadir e roubar mercadorias de uma loja de malas. A acusação é veementemente rebatida pelos amigos de Juliana, que estavam com ela durante toda a manifestação.

Wesley pagou fiança e foi liberado desde a manhã de ontem. Já Juliana, que não tinha dinheiro para pagar os R$ 2 mil estipulados, foi encaminhada da 5ª DP (na rua Gomes Freire, 320, Lapa) para Bangu 8, onde segue em uma cela individual, esperando o resultado do pedido de liberdade provisório ajuizado desde ontem. Os dois estudantes estão sendo defendidos pelos advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB. O caso também é acompanhado pelo advogado Marcelo Miranda, que foi procurado pela Administração Central da UFF para prestar assistência jurídica aos alunos.

ADUFF apóia protestos e se solidariza aos manifestantes detidos

Diante dos acontecimentos da última semana, com protestos massivos em todo o país, seguidos, na maioria dos casos, de forte repressão da Polícia Militar e da Tropa de Choque, a  diretoria da ADUFF declara seu apoio às manifestações e aos ativistas detidos. Ressalta ainda que está à disposição, para apoio e assistência – inclusive assitência jurídica – em caso de militantes (docentes ou não) que forem detidos.  Nos encontramos nas ruas!