Mai
09
2013

Graças à forte mobilização, Reitor da Unirio retira adesão à Ebserh da pauta do Consuni

O movimento contrário à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) saiu fortalecido na manhã desta quinta-feira, 09, no Rio de Janeiro. Graças à forte mobilização da comunidade acadêmica, que compareceu em peso à reunião do Conselho Universitário (Consuni) da Unirio, o reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca foi obrigado a atender o clamor dos três segmentos representativos da Universidade e retirar de pauta a votação da adesão à Ebserh, que estava marcada para hoje.

O adiamento da seção já havia sido pedido ao reitor há quase uma semana, em documento assinado pelo Fórum de Enfrentamento à Ebserh, composto pelos três segmentos representativos da Unirio, que alega que para decidir sobre uma matéria que trará tantas conseqüências negativas para a Universidade e para o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), é necessária a realização de um amplo debate para esclarecer a comunidade e os conselheiros universitários sobre o tema.

Entretanto, o pedido só foi atendido depois da grande pressão de docentes, técnicos e estudantes, não só da Unirio, como de todas as Universidades do Rio de Janeiro e algumas, inclusive, de outros estados, que lotaram o auditório onde estava sendo realizada a reunião. “O que vivemos aqui é a prova de que a mobilização e a unidade na luta trazem, sim, resultados. Hoje foi a Unirio, em breve será a UFF. Que essa mobilização sirva de recado para os reitores do Brasil e para o governo federal: enquanto houver tentativa de aprovar a Ebserh, haverá resistência!”, ressaltou a presidente da ADUFF-SSind, Ebin Farage, presente na manifestação.

Calendário de Debates

Acuado, o reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca também se comprometeu a organizar um calendário de debates na Unirio, em parceria com docentes, técnicos e estudantes “até que a comunidade universitária e, principalmente, os conselheiros se sintam esclarecidos em relação à Ebserh”. Uma comissão deverá ser formada para definir as datas e os locais dos debates.

Para a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (ADUNIRIO) e conselheira do Consuni, Elizabeth Orletti, o momento agora é de lutar para que essas audiências públicas sejam as mais amplas possíveis, envolvendo todos os departamentos da Universidade, e que possam ser realizadas sem pressa. “Que esses debates sirvam para mostrar, definitivamente, a perversidade da Ebserh e o que ela de fato representa: a privatização dos hospitais universitários e da saúde”, disse.

A estudante de Enfermagem e integrante do Fórum de Enfrentamento à Ebserh da Unirio, Thamires Medeiros, concorda. “Ao contrário do que se tem dito, não existe prazo para a adesão à Ebserh. O que existe é um prazo para que os hospitais universitários promovam concursos públicos e acabem com os terceirizados. Entretanto, O Tribunal de Contas da União não sugere que isso se dê pela Ebserh. A Ebserh é um projeto do governo, do qual nós podemos e devemos ser contrários. Afinal, é uma incoerência a Universidade aprovar uma coisa que é alvo de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada pelo próprio Procurador Geral da União”, finaliza.