Abr
24
2013

Reunião do CUV evidencia prioridade da reitoria em aprovar a Ebserh

É necessário aprofundar o debate e organizar a resistência à privatização do HUAP

Embora a reunião do Conselho Universitário (CUV) não tenha dado quórum e, consequentemente, a questão da adesão do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) não tenha entrado como ponto de pauta do encontro, a dinâmica da reunião do CUV desta quarta-feira, 24, evidenciou que a luta pela aprovação da Ebserh é o ponto central da reitoria neste momento.

Prova disso é que a primeira fala do “pinga-fogo”, espaço regimental do CUV aberto para a explanação livre dos Conselheiros, foi a do diretor geral do HUAP, Tarcísio Rivello, que apesar de não ter defendido explicitamente a adesão à Ebserh (como já fez em outras ocasiões), utilizou o argumento fatalista de que sem a empresa de caráter público-privado o Hospital Antônio Pedro não receberá os repasses do SUS e estará sujeito à municipalização.

Na avaliação da secretária-geral da ADUFF, Cláudia March, o argumento funciona como chantagem política e coloca a adesão à Ebserh como a solução para todos os problemas do HUAP. “Na verdade, municipalizar o hospital, na atual gestão do prefeito Rodrigo Neves (PT), significa privatizá-lo, já que houve, por parte do governo, posicionamento público de que a gestão do Sistema Único de Saúde, em Niterói, será realizada pela via de Fundação Estatal de Direito Privado e/ou Organização Social”, explica. Dessa forma, o argumento de que a Ebserh é melhor que a municipalização é uma falsa dicotomia que esconde a essência do projeto comum colocado em curso pelo governo federal, municipal e reitoria: a privatização.

Cláudia ressalta ainda que a centralidade do tema referente à Ebserh no"pinga-fogo", embora não estivesse na pauta da reunião, demonstra que a tentativa de aprovação da empresa privada está pautada politicamente. “É essencial que a comunidade acadêmica debata seu significado e se organize para impedi-la”.