Jan
23
2013

Assentados do Milton Santos ocupam o Instituto Lula

Na madrugada desta quarta-feira, dia 23, cerca de 100 pessoas do Assentamento Milton Santos, na região de Campinas, ocuparam o prédio do Instituto Lula, em São Paulo. Os manifestantes, que já ocupavam o prédio do INCRA-SP desde a semana passada, afirmam que permanecerão no local para exigir do governo federal a solução definitiva do problema e evitar o despejo de suas casas, marcado para ocorrer a partir do dia 30 de janeiro.

As mais de 70 famílias foram legalmente assentadas em 2006, durante o mandato do ex-presidente, e reivindicam agora que Lula interceda junto à presidente Dilma Rousseff para que assine o decreto de desapropriação por interesse social do terreno onde vivem e produzem há sete anos. A ocupação do Instituto Lula acontece em um momento em que todas alternativas jurídicas se esgotam, deixando as famílias na mais pura aflição e situação de abandono.

“Somos 68 famílias que, depois de anos e anos de luta, fomos assentadas num terreno de 104 hectares localizado entre os municípios de Americana e Cosmópolis. Este terreno pertenceu à família Abdalla, ricos empresários que perderam a área durante a ditadura militar por dívidas trabalhistas. Após consolidarmos nossas vidas nesta terra com o suor de anos de trabalho e dedicação, recebemos em maio de 2012 a notícia de que a família Abdalla, aliando-se à Usina Ester, havia recuperado as terras na justiça e ganho o seu direito de posse. A justiça federal, então, emitiu um aviso ao INCRA de que deveríamos ser retirados em prazo determinado, caso contrário, haveria a reintegração de posse do terreno”, afirmam os assentados em nota pública.

Os assentados lembram que há exatamente um ano, em janeiro de 2012, ocorreu o brutal massacra de Pinheirinho e se preocupam que o mesmo aconteça no assentamento Milton Santos. Por isso, estão mobilizados, lutando para garantir o direito à terra.