A assembleia de posse foi transmitida ao vivo pelo canal da Aduff no Youtube e pode ser assistida na íntegra aqui! 

Marcada pela diversidade de trajetórias em sua composição, com docentes que estiveram nas últimas diretorias da entidade e outros(as) que “acabaram de chegar” e se aproximaram do sindicato durante a greve da categoria, a gestão “É na luta que a gente se encontra: por uma Aduff democrática, autônoma e pela base" tomou posse na noite de quarta-feira, 18 de dezembro, e irá conduzir a entidade no biênio 2024-2026.

A cerimônia que também empossou o Conselho de Representantes da Aduff contou com a presença da Regional RJ do ANDES-SN, representada pelo professor Pablo Bielschowsky (UFRRJ), e da coordenação geral do Sintuff, representada por Alessandra Primo. Ambos saudaram a gestão que se inicia e destacaram a importância da ADUFF na construção da luta unificada em defesa da educação, da universidade e dos serviços públicos.

“Neste ano, construímos uma greve dificílima da Educação Federal e a Aduff esteve ao nosso lado em todos os momentos. Estou muito feliz de ver uma diretoria eleita que vai dar continuidade a esse trabalho”, destacou Pablo. Alessandra parabenizou a coragem da gestão anterior de mobilizar a categoria e de se unir com Sintuff e DCE para construir diversos atos e atividades da greve. “Convoco a nova gestão a fazer o mesmo. A greve acabou, mas nossas pautas seguem. A luta continua com certeza”, disse.

Reconduzida à presidência da Aduff-SSind no biênio 2024-2026, Maria Cecília de Castro citou nominalmente todas e todos os docentes que estiveram à frente da Aduff nos anos de 2022 a 2024. Agradeceu, em nome de toda a diretoria que se encerra, à categoria, aos trabalhadores do sindicato e aos próprios colegas de gestão. A professora do Coluni-UFF esteve na gestão que conduziu o sindicato no último biênio, primeiramente ocupando o cargo de 1°vice-presidente, assumindo a presidência da entidade em outubro de 2023.

“Foram momentos de muitos desafios, mas também de muita solidariedade e afetuosidade. Seguimos construindo um sindicato combativo, dialogando com companheiros e companheiras técnicos e estudantes, nessa unidade tão necessária à luta e que foi fundamental durante a greve - uma greve importante para nossa categoria e que é parte de uma luta que não se encerra. Nosso desafio como nova gestão eleita é de seguir avançando - cobrando o cumprimento dos termos do acordo de greve, ampliando e fortalecendo a luta em defesa da universidade pública e da sociedade que a gente acredita”, disse.

Novamente em uma gestão com maioria de mulheres (11 entre o 15 integrantes) e com grande representação de professoras(es) do Colégio Universitário Geraldo Reis (4) e dos campi fora de sede (4), Cecília defendeu que “é sim possível fazer a luta e cuidar dos nossos”.

“Nós não somos só militantes. Somos mães, somos mulheres, somos professoras, atravessadas por muitas questões. Mas não existe dissociabilidade entre o que sou, o que estou e o que defendo. E é nesse sentido que me coloco de novo à disposição da categoria. Nunca estive sozinha enquanto estive como presidenta e sei que não vou continuar sozinha. A luta sindical é muitas vezes desvalorizada na própria universidade, por isso a importância de contar com o apoio ativo dos nossos pares e da nossa categoria, nas ruas e nas lutas, fundamental para garantir a UFF que a gente quer”, concluiu.

Secretária-geral na gestão anterior e 1° tesoureira na gestão que assume o biênio 2024-2026, a professora Susana Maia também agradeceu aos integrantes da diretoria que se encerrou e ressaltou o papel importante do Conselho de Representantes durante a gestão. “Por mais que cada diretoria deixe a sua marca, a gente sabe dos desafios, tanto da defesa da universidade pública, mas em especial da construção de um sindicato combativo - eles perpassam qualquer gestão". Ela também destaca a solidariedade e cumplicidade coletiva que são sempre importante para uma gestão sindical e endossa os agradecimentos as (aos) funcionários da Aduff. "Também gostaria de agradecer aos funcionários  e funcionárias, que há tanto tempo constroem e reconstroem a Aduff e que garantem esse espaço como um espaço de acolhimento para a categoria”, disse.

Ampliar a base do Sindicato

As e os integrantes da gestão “É na luta que a gente se encontra: por uma Aduff democrática, autônoma e pela base" também assumem com o compromisso de convocar eleições complementares para o Conselho de Representantes da entidade e de ampliar a base do sindicato. Apenas dez das 41 unidades da UFF elegeram representação nesta última eleição e foram empossadas na quarta (18).

Diretora Acadêmica titular da nova gestão, a professora Joana D'Arc Fernandes Ferraz, do Departamento de Sociologia e Metodologia em Ciências Sociais, destaca que a missão da nova diretoria é fortalecer e ampliar a entidade. “Aumentar as filiações e levar o sindicato cada vez mais perto da categoria é o único modo de a gente combater de fato essa política neoliberal que vem acompanhada do total desmonte do sindicato, da força e do poder da sociedade”, frizou na posse.

Diretora suplente de Relações Sindicais, Beatriz Adura, do Instituto de Psicologia da UFF, reforçou a importância da luta, diante de uma conjuntura de ataques. “Quem entrou agora ou há poucos anos na Universidade está dilacerado, não só por questões trabalhistas concretas, mas por um sonho que está sendo atacado, que é a universidade pública”, lembrou.

Diretora titular de Comunicação, a professora da Faculdade de Educação, Adriana Barbosa da Silva, convida os pares a participarem da construção da Aduff. “Eu também cheguei há pouco tempo na UFF, estou terminando o estágio probatório. Logo que cheguei, fiquei me sentindo muito isolada. A gente está sempre na lógica da produtividade, que é a lógica do neoliberalismo. Encontrei na Aduff um espaço para pensar pautas coletivas, que não dizem respeito somente ao corpo docente, mas a universidade pública como um todo”, afirmou na cerimônia.

Secretário-geral da nova gestão, o professor da Faculdade de Educação, Raul Nunes de Oliveira, conta que se filiou à Aduff ao longo da greve de 2024.

“Estou na Universidade desde 2022 e não tinha me sindicalizado. A greve foi um processo político importante para mim e para muitos aqui. Podemos dizer que essa gestão é formada por pessoas que se encontraram na luta. Estávamos no Comando de Greve quase diariamente, pessoas que já estavam na diretoria, que não estavam, que eram do Conselho de Representantes, que não tinham participação na luta sindical. Esse inclusive é um dos compromissos prioritários da nossa gestão, de estar vigilantes para que os acordos da greve sejam cumpridos. Outro ponto é sobre a dificuldade de mobilização da base. Os professores não podem olhar para a Aduff e pensar que a gente só se mobiliza durante a greve, porque não é verdade. (...) A gente quer ampliar a base para aumentar a participação, para que as lutas não sejam só a diretoria e o CR. Para que a gente esteja tão fortalecido enquanto categoria no dia-adia que a gente não precise fazer greve”, afirmou.

Titular da diretoria de Cultura, Jacqueline Botelho, da Escola de Serviço Social/ Niterói-UFF, defende o sindicato como um espaço de reflexão e de luta na construção de outra sociedade, com novas relações sociais que não sejam as hierárquicas, de dominação e poder.

“Que nesta gestão a gente também consiga construir caminhos dentro da UFF para romper amarras que existem nessa universidade, que ainda é uma universidade muito embranquecida, cheia de hierarquias e poderes. Que a categoria se sinta convidada a participar desse espaço de defesa de uma educação efetivamente pública, que abarca as nossas lutas trabalhistas, mas também as grandes questões da nossa sociedade, como a questão ambiental, as questões climáticas, as lutas antirracistas, anticoloniais”, frizou a docente, que também retorna para a sua segunda gestão na diretoria da Aduff-SSind.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib