A Aduff-SSind participou do III Congresso Mundial contra o neoliberalismo na Educação, ocorrido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Organizado pelo ANDES-SN em conjunto com Sinasefe, Fasubra, Apeoesp, Sepe/RJ, Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) e a entidade internacional, Outras Vozes da Educação, o evento foi realizado entre 11 e 14 de novembro, com atividades ampliadas até o dia 17/11.
Teve como tema central “A unidade dos/as trabalhadores/as docentes em defesa da Educação Pública”, e reuniu estudantes e trabalhadores de diversos países para debater questões como raça, gênero e classe; territórios e crise climática; grêmios, sindicatos e transformação social; digitalização, Inteligência Artificial, EAD e desafios educacionais; internacionalização, avaliação e inclusão; organização de classe e democracia; projetos conservadores em educação, violência, homeschooling e laicidade; e sindicatos, grêmios e movimentos sociais.
De acordo com a diretoria do Andes-SN, o III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação foi um espaço fundamental para compreender os desafios postos a classe trabalhadora, quais são as lutas que cruzam as fronteiras entre os vários países, em especial os latino-americanos.
Segundo Fran Rebelatto, Secretária Geral do Andes-SN, o evento contou com a articulação e a presença de vários sindicatos do Brasil e da América Latina, Estados Unidos e Europa, além de forte presença do movimento estudantil. "Acreditamos que esse é o caminho, de articulação da luta entre o movimento sindical, o movimento estudantil e os movimentos sociais e populares. Só a construção dessa unidade vai fortalecer as nossas lutas para a gente fazer o enfrentamento ao projeto do Capital, que é inviabilizar a Educação Pública e uma Educação emancipadora para a nossa classe", disse.
De acordo com Kênia Miranda, docente da Faculdade de Educação da UFF e dirigente da Aduff, as políticas neoliberais na Educação estão em curso desde a década de 1990 na América Latina e Caribe. "As lutas contra elas também, com diferentes correlações de forças ao longo desse tempo", considerou.
Para a professora, o III Congresso Mundial contra o neoliberalismo na Educação expressou a resistência a esse projeto. "Durante o evento, analisamos as manifestações mais recentes (a maioria homogêneas) do projeto capitalista para a educação escolar e para o conjunto da formação humana; fizemos a crítica radical a elas e planejamos as necessárias ações unitárias para enfrentá-las, dentro e fora das realidades nacionais", enfatizou.
Segundo Kênia Miranda, este é um passo importante para a realização deste evento que reúne entidades de lutas diversas. "Esperamos que se desdobre em ações concretas unitárias para enfrentar todo o reacionarismo na educação, desde o conservadorismo ideológico, o esvaziamento dos instrumentos científicos de análise da realidade e a redução do financiamento público às políticas sociais, eixos centrais da política ultra e neoliberal contra a educação", afirmou.
De acordo com Waldyr Castro, docente do Instituto de Educação Física da UFF e ex-dirigente da Aduff, apesar de não ser novidade que a política neoliberal tem sido implementada no Brasil e mundo afora, é necessário escutar os relatos dos representantes dos vários países, compreender como o Capital a implementa, quais têm sido as formas de resistência e seus resultados. "Sendo essa uma política globalizada de interesse do Capital, nada mais lógico que os trabalhadores discutam e troquem experiências que permitam enfrentá-la. O III Congresso Contra o Neoliberalismo na Educação e outros Encontros semelhantes que venham a contribuir para unir a Classe Trabalhadora internacional são extremamente necessários", defendeu o professor.
Para Cecília Medeiros, docente da Faculdade de Educação da UFF, as mesas refletiram a unidade e a resistência de movimentos organizados de vários países, como Porto Rico, Colômbia, Chile, Costa Rica, Equador, México, Estados Unidos, Itália, Espanha, entre muitos outros. "Tive o prazer de participar do evento de articulação dos trabalhadores, sindicatos e estudantes. Enriqueceram as reflexões e, com certeza, foi muito importante para todos nós. Que venham outros Congressos Mundiais contra o Neoliberalismo na Educação porque juntos somos mais fortes", concluiu.
Da Redação da Aduff