Nov
19
2024

No Rio, Aduff participa de ato pelo fim da escala 6x1 e defende qualidade de vida para trabalhadores e trabalhadoras

A Aduff e o Andes-SN estão entre as entidades que defendem aprovação da PEC que propõe a diminuição dos dias de trabalho semanais 

Diversas capitais brasileiras realizaram, na sexta-feira (15), manifestações pelo fim da escala 6x1 (seis dias de trabalho, um de descanso). O  tema ganhou repercussão nas redes sociais e na cena política ao angariar apoio para a redução da jornada laboral dos trabalhadores e das trabalhadoras. 

No Rio de Janeiro, o protesto ocorreu pela manhã, na Cinelândia, nas escadarias da na Câmara Municipal. Provocado pelo movimento VAT (Vida Além do Trabalho), tendo à frente a liderança do vereador eleito na cidade, Ricky Azevedo, o ato contou com a participação de representantes de diversos movimentos sindicais e sociais, a exemplo da Aduff-SSind, de outras seções sindicais da base do Andes-SN, e da diretoria do Sindicato Nacional. Na mesma semana, aconteceu o III Congresso Mundial contra o neoliberalismo na Educação, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, reunindo docentes de todo o país para debater o tema.

Nas ruas, o protesto reivindicou a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), construída com o apoio do VAT e apresentada ao Congresso pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). A PEC prevê a redução da jornada de trabalho legal no Brasil para 36 horas por semana em detrimento das atuais 44 horas vigentes, sem que isso represente redução salarial.  

A proposta deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de seguir para o plenário. Posteriormente, se aprovada, deve ser encaminhada ao Senado e, caso haja alguma alteração, retorna à Câmara dos Deputados. Vencida no Legislativo, seguirá para a sanção presidencial.

Mais qualidade de vida

De acordo com os e as apoiadoras do movimento pelo fim da escala 6x1, é preciso garantir dignidade e qualidade de vida aos trabalhadores, que em suas mais diferentes ocupações têm reclamado de jornadas exaustivas e baixos salários.

Demonstrar a força deste debate nas ruas foi um dos objetivos dos organizadores e dos participantes do ato no Rio de Janeiro. Para Sonia Lúcio Rodrigues, professora da UFF e ex-dirigente da Aduff, a reivindicação se nacionalizou. "O ato tem a ver com as condições de vida e de trabalho da maioria da classe trabalhadora", disse.

Segundo Gelta Xavier, docente da Faculdade de Educação e ex-dirigente da Aduff, a mobilização, particularmente de jovens, foi surpreendente. "A campanha VAT (Vida Além do Trabalho) tem ampla adesão tal é a condição de desemprego em massa que observamos. Desemprego, sim, porque os vínculos temporários, a precarização e a uberização explicitam as formas de exploração intensas", afirmou. 

Para ela, o assunto está diretamente relacionado às discussões também de cunho acadêmico, pois no âmbito da Universidade, há as denúncias a respeito jovens estudantes que, ainda na condição de estagiários, são exigidos como se fossem efetivos em um dado local de trabalho. "São arranjos aceitos pelas coordenações de curso de graduação, quando enfatizam as práticas em si mesmas consideradas, secundarizando as possibilidades de formar pesquisadores. E as medidas governamentais avançam impondo submissão e controle dos currículos a pautas de esvaziamento das Universidades", considerou. 

Em nota, o Andes-SN manifesta apoio ao movimento

De acordo com a diretoria do Sindicato Nacional, a redução da jornada de trabalho é dos temas mais caros a todo o conjunto da classe trabalhadora: “A proposta lançada na ordem do dia tem caráter progressivo e vem tomando volume na opinião pública e nas redes sociais. É fundamental que possamos nos somar aos atos públicos que vem sendo organizados em prol desta reforma, com vistas a promover uma crescente pressão política capaz de ensejar sua aprovação, com correspondente limitação constitucional das jornadas semanais - tanto em dias quanto em horas trabalhadas. O ANDES-SN, desse modo, se coloca a endossá-lo e animar suas bases para que participe de iniciativas em prol de sua aprovação”, afirma a nota, convocando a categoria docente a participar dessa luta. Confira aqui a nota.

Da Redação da Aduff

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