Entidades sindicais dos servidores e servidoras públicas federais vão dizer ao governo Lula, na mesa de negociação e com manifestações pelo país, que a categoria não aceita reajuste zero nos salários em 2024.
Nesta quarta-feira (28), ocorre uma rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente, que trata da pauta salarial e de demandas conjuntas do funcionalismo. Estará em discussão a contraproposta apresentada pelos servidores. É um movimento articulado de forma unitária pelas entidades sindicais do funcionalismo à resposta do Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos à categoria.
O governo federal quer congelar os salários em 2024, reajustando apenas benefícios (alimentação, saúde e auxílio-creche), o que exclui aposentados e pensionistas. Em termos de salários, propôs conceder reajuste somente em 2025 e 2026, em duas parcelas de 4,5%.
A reunião com o Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos está marcada para começar às 14h30min e tem como pauta a devolutiva do governo à contraproposta apresentada, em janeiro, pela bancada sindical, formada pelos dois fóruns do funcionalismo (Fonasefe, do qual o Andes-SN e a Aduff participam, e Fonacate, das chamadas carreiras típicas de Estado).
As entidades de classe do serviço público federal vão 'acompanhar' a negociação com uma vigília em frente à sede do Dnit, em Brasília, onde ocorrerá a reunião. Haverá atos em outros estados do país. Entre eles, no Centro do Rio de Janeiro, a partir das 16 horas, na Praça Mário Lago, no Buraco do Lume. O ato foi convocado pelo Fórum Estadual dos Servidores, do qual a Aduff-SSind e a Regional Rio do ANdes-SN participam.
Alguns setores do funcionalismo também param por 24 horas nesta quarta-feira (28).
Congresso do Andes
A campanha salarial é parte dos temas que estão sendo debatidos no 42o Congresso do Andes-SN, que acontece de 26 de fevereiro a 1o de março, em Fortaleza, no Ceará.
Já na abertura do evento, o presidente do Andes-Sindicato Nacional, professor Gustavo Seferian, definiu como 'vergonhosa' a postura do governo nas negociações e disse que a categoria "precisa dar uma resposta à altura".
"O exemplo que a luta nas Estaduais vem trazendo deve ser ouvido pelo conjunto da nossa categoria. Temos que ter no nosso horizonte a construção de uma greve, como forma por excelência de impulsionar os nossos mais radicais interesses", disse, referindo-se às mobilizações e greve que vêm sendo acontecendo em vários estados.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho