Mar
15
2023

Atos no Rio e em mais de 50 cidades defendem revogar Novo Ensino Médio

Aduff participou da manifestação convocada pelas entidades estudantis no Centro do Rio, que associou modelo às 'reformas' que precarizam e ampliam desigualdades

Manifestação na Cinelândia, no Centro do Rio, pela revogação do Novo Ensino Médio Manifestação na Cinelândia, no Centro do Rio, pela revogação do Novo Ensino Médio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

O Novo Ensino Médio - aprovado no governo Temer - é um retrocesso na educação voltado para 'formar' mão de obra para um mercado de trabalho precarizado e de subempregos. Este foi um dos recados que manifestações que ocorreram em pelo menos 55 cidades do país, segundo as entidades organizadoras, levaram às ruas e praças na quarta-feira, 15 de março de 2023, Dia Nacional Pela Revogação do Novo Ensino Médio. Os atos foram convocados por entidades estudantis e recebeu o apoio de sindicatos da educação - entre eles da Aduff e do Andes-SN.

A suspensão imediata da implementação deste modelo de ensino vem sendo cobrada do governo Lula, mas a sinalização do Ministério da Educação aponta para possíveis 'ajustes' na proposta e não para medidas que levem à revogação.

Estudantes 

Os estudantes protagonizaram os protestos, que contaram com presença também de educadores e educadoras. No Rio, a Aduff e o Andes-SN participaram do ato, que reuniu centenas de manifestantes no Centro da cidade. 

A mobilização começou pouco depois das 14 horas na Cinelândia, de onde saiu a passeata que percorreu a rua Santa Luzia, 'ocupou' por um breve período a área interna da entrada do prédio da Secretaria Estadual de Educação e terminou nas escadarias do Palácio Tiradentes, na rua Primeiro de Março.

"Unificou, é estudante junto com trabalhador" e "Ou para essa reforma ou paramos o Brasil" foram algumas das palavras de ordem cantadas, com entusiasmo, ao longo da atividade.

O protesto teve a participação de parlamentares da esquerda, que declararam apoio à luta. Foi ressaltado que a reforma do Ensino Médio integra o rol de falsas reformas dos últimos anos: excludentes e que aprofundam a desigualdade - neste caso, distanciando mais o conteúdo da educação reservada aos filhos da classe trabalhadora do destinado aos filhos das elites. 

'Precarização máxima' 

O professor Thiago Rodrigues, da direção da Aduff, disse que o Novo Ensino Médio é um projeto de criação de subempregados. "É um ensino médio para época de precarização máxima do trabalhador, um ensino médio para produzir trabalhadores precarizados, já está sendo educado para ser um trabalhador precarizado", criticou ao falar à reportagem durante o ato.

A professora Elizabeth Barbosa, da Regional do Andes-SN no Rio de Janeiro, ressaltou a necessidade do engajamento  também de docentes das universidades nesta luta. "Temos que lutar muito e lutarmos juntos pela revogação. O que está dado no Novo Ensino Médio é a exclusão destes estudantes, reafirma a elitização da universidade pública no Brasil. Poucos vão ter acesso", disse.

Carregando a bandeira da Aduff, o professor Rodrigo Torquato, dirigente da seção sindical, foi à manifestação acompanhado das suas duas filhas, as meninas Marina e Mariana. Disse que o ato foi importante, com a empolgação dos estudantes e a presença de professores e professoras, marcando o início de uma mobilização nacional que precisa e pode crescer.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

Manifestação na Cinelândia, no Centro do Rio, pela revogação do Novo Ensino Médio Manifestação na Cinelândia, no Centro do Rio, pela revogação do Novo Ensino Médio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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