Mar
08
2023

Mulheres ocupam a Rio Branco e dizem que é hora de avançar nas lutas por direitos

 

Marcha que saiu da Candelária, no Centro do Rio, defendeu que não haja anistia para lideranças e financiadores golpistas, levou às ruas pautas feministas e convocou as mulheres a se envolverem nas lutas para que o tempo de retrocessos fique para trás 

 

Início da Marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, no Centro do Rio Início da Marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, no Centro do Rio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Da Redação da Aduff

Na tarde desta quarta-feira 8, trabalhadoras e estudantes do Rio de Janeiro e arredores estão nas ruas e participam do ato, no centro da cidade na capital fluminense, pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres. 

Em pauta, o direito à vida e às políticas públicas que considerem o acesso à saúde e à educação de qualidade e ao aborto seguro. Mulheres clamam por emprego e renda e pedem que Jair Bolsonaro seja responsabilizado pelos crimes que cometeu ao longo dos últimos quatro anos de governo. 

Entre eles, discursos e práticas antidemocráticas e a opção por uma política negacionista e genocida no contexto da pandemia da covid-19, que afetou especialmente mulheres negras e periféricas. Por isso, gritam: "Sem anistia!"

Inicialmente, lideranças de movimentos sociais, políticos e sindicais fizeram uma saudação aos participantes, que se reuniam na Candelária, de onde a passeata saiu por volta das 18 horas, no sentido da Cinelândia - tradicional espaço de manifestações políticas no município. 

Há faixas com palavras de ordem e muitos cartazes, além de um cordão de proteção para garantir a participação das crianças. Ao longo da passeata, placas foram simbolicamente afixadas nos letreiros das vias da Rio Branco, dando à avenida nomes de mulheres que marcaram as lutas feministas e da classe trabalhadora no Rio. As vítimas da covid-19 também foram homenageadas. 

Comunidade universitária da UFF participa

Diretoras da Aduff e demais professoras, estudantes e técnica-administrativas da UFF participam do ato - o segundo realizado após a derrota do projeto de poder fascista nas urnas em 2022. 

"Hoje é dia de lutar contra a misoginia, o racismo, o machismo" , disse Maria Cecília Castro - diretora da Aduff, professora das séries iniciais do Colégio Universitário Geraldo Reis - Coluni/UFF.

A professora Maria Onete Lopes Ferreira, do Instituto de Educação de Angra dos Reis e integrante do Conselho de Representantes da Aduff, também participou do ato e destacou a importância da data para as lutas históricas e imediatas das mulheres. "É mais um 8 de março nas ruas e de luta, no qual não temos muito o que comemorar, temos muito a lutar e conquistar. Estamos marchando por direitos, contra o fascismo, pela democracia e pelos direitos necessários para as lutas das mulheres", disse à reportagem da Aduff. 

A professora aposentada Sonia Lucio, ex-presidente da Aduff, disse que o retorna às ruas, a partir dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, significa dizer ao governo Lula que as mulheres tiveram papel fundamental na derrota de um projeto que precisa ser rompido radicalmente.

Defendeu a legalização do direito ao aborto, o combate ao feminicídio e a revogação das 'reformas' que reduziram direitos trabalhistas e previdenciários. "Este governo precisa ter uma política contra a fome e enfrentar o bolsonarismo, sem anistia para as lideranças e financiadores do golpismo no país", disse.

Por Aline Pereira
Da Redação da Aduff

 

Início da Marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, no Centro do Rio Início da Marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, no Centro do Rio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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