No quinto e último dia do 41º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, que ocorre em Rio Branco (AC), a maioria dos delegados e delegadas aprovou desfiliar a entidade da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular). A deliberação confirma o que já havia sido indicado pelo 14º Conad Extraordinário, o Conselho do Andes-SN, realizado em novembro de 2022, em Brasília.

A decisão tomada no 41º Congresso teve 262 votos favoráveis à desfiliação e 127 contrários, alem de sete abstenções. Na Aduff-SSind, a posição favorável à desfiliação já havia sido aprovada em assembleias que antecederam o Congresso. A Aduff participou com uma delegação de 18 docentes no evento transcorrido em Rio Branco.

O Andes-SN estava filiado à Central desde março de 2007, em resolução tomada no 26º Congresso, realizado em Campina Grande (PB); decisão referendada em 2011, em Uberlândia (MG), no 30º Congresso.

No Congresso em Rio Branco, entre os motivos levantados para a desfiliação, está a avaliação de que o modo como a CSP tem atuado se afasta dos princípios que regeram a sua criação. O que 'obstaculiza a construção e articulação de uma unidade' de luta na defesa dos direitos da classe trabalhadora e que combata a extrema-direita fascista. Foi ainda destacado o afastamento da categoria e uma direção política sectária.

Já entre os que defenderam a manutenção da filiação, alguns dos argumentos sustentados foram o  de que a CSP é a única central que aglutina movimentos sindicais e populares, e que com a desfiliação, nesta conjuntura política atual, o Andes-SN enfrentaria dificuldades de se manter independente e autônomo frente ao novo governo eleito.

Antes da Central Sindical e Popular, o Andes-SN foi filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), com quem rompeu em 2005, após o processo de aprovação da Reforma da Previdência, que retirava mais direitos dos trabalhadores. A decisão, à época, foi tomada com base na avaliação de que aquela central não havia combatido, ou mesmo apoiou, a 'reforma' da Previdência da primeira gestão do governo Lula.

 Autonomia

A aprovação da desfiliação da CSP-Conlutas foi acompanhada de outros posicionamentos relacionados à organização sindical da categoria. Entre elas, a defesa da construção de um pólo de luta classista e combativo. Para defender os direitos da classe trabalhadora e combater os setores antidemocráticos e fascistas que atuam no país, assim como a reafirmação da independência e autonomia do Andes-SN frente a qualquer governo. 

 Entre as propostas aprovadas, foi deliberada a promoção de reuniões e seminários para discutir e aprofundar a importância das centrais sindicais na organização das lutas em defesa da classe trabalhadora.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho