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Fev
10
2023

'Erraram o alvo, ele continua mais vivo que nunca', diz filha de Chico Mendes no Congresso do Andes-SN

Na saudação ao 41o Congresso do Andes, Angela Mendes mencionou o papel da educação nas lutas rurais que, do Acre, disseram ao mundo que a floresta tem valor viva

Ao saudar as delegações que participam do 41o Congresso do Andes-SN, a ativista Angela Mendes disse que o legado de seu pai, Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988, segue presente nas lutas sociais e ambientais. "Quem atirou nele errou no alvo, porque ele continua mais vivo pra gente do que nunca", disse, sendo muito aplaudida pelo Plenário.

Recebida no palco com carinho pela presidenta do Andes-SN, Rivânia Moura, ela esteve no 41o Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Superiores na quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023, quarto dia do evento, quando desejou boas-vindas aos participantes - entre eles, 18 docentes que integram a delegação da Aduff.

"Vocês estão aqui pisando em um chão que tem muita história, que tem muita resistência, que tem muita luta. Vocês estão pisando no solo da dança dos povos da floresta, do projeto seringueiro, de onde saiu a luta pela conquista das reservas extrativistas, de onde saiu a mensagem para o mundo de que a floresta tem valor viva e não morta", disse Angela, que coordena o Comitê Chico Mendes.

Disse ainda que era um prazer receber em sua terra pessoas de "uma categoria tão especial". E contou que seu pai também acreditava na educação como uma forte ferramenta de libertação da humanidade, lutando contra um sistema de semi-escravidão e de grande analfabetismo. "É um longa trajetória sempre com uma conexão intensa com a educação, com a mobilização, com a resistência", afirmou.

Fez ainda referência a outro líder dos trabalhadores rurais assassinado - Wilson Pinheiro, a quem homenageou. "Uma outra grande liderança", disse, sobre o seringueiro morto em 1980 e que teve muita influência na formação política de uma série de militantes no Acre.

Ao final, disse que em dezembro completam-se 35 anos da morte de Chico Mendes e que até lá a data será lembrada com uma série de atividades - justamente quando mencionou que a história e legado dele permanecem vivos. "O ano dos 35 anos [sem] Chico é também o ano da retomada das nossas políticas, da esperança de um Brasil melhor", disse.

Da Redação da Aduff

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