Nov
21
2022

Festa | "Celebrar vitória nas urnas e aquecer corações para estar nas ruas", disse presidente da Aduff

Em comemoração pelo dia dos e das professoras, Kate Lane de Paiva, presidente da Aduff, lembrou o cenário de adversidade atravessado pela categoria nos últimos anos. Apesar das dificuldades, disse que a militância é o único lugar possível para garantir mudanças.

“Hoje é noite de celebrar a vitória que tivemos nas urnas e aquecer nossos corações para estar nas ruas. Tiramos o fascista do poder, mas eles estão aí se esgueirando, como sempre estiveram”, disse Kate Lane de Paiva, presidente da Aduff, durante breve saudação aos professores e às professoras da UFF que participaram da tradicional festa organizada pela seção sindical, no Clube do Gragoatá.

Docentes e acompanhantes foram às comemorações em referência aos dias 15 e 28 de outubro, respectivamente, em homenagem aos professores e os trabalhadores do setor público. Devido às últimas eleições presidenciais, o evento ocorreu dia 18 de novembro. Houve recreação para crianças e um espaço com videogame para adolescentes. A música ficou por conta do “Bloco Traz a Caçamba”, que animou a pista de dança, e entre outras canções, tocou pagodes de sucesso nos anos 90.

“Ouvir pagode aqui hoje é algo emocionante, porque fala de Irajá, Pavuna, São João de Meriti, Tijuca, Borel, Vila Isabel, Caxambi. Esse sindicato ainda reflete uma coisa que a própria Universidade reflete - temos uma Universidade que é majoritariamente branca e elitista. E a gente quer mudar isso e tem mudado isso. Temos pintado a Universidade de preto, de indígena, de quilombola, de LGBTQIA+... Queremos a Universidade diversa, com pé no chão, com nossas raízes e ancestralidade”, afirmou Kate Lane em referencia à luta por inclusão nas instituições públicas de ensino superior.

A presidente da seção sindical também lembrou que a realização da festa aconteceu em um contexto de muita adversidade nas relações políticas, econômicas e sociais do país. “Tem sido muito difícil o que temos enfrentado. E temos que celebrar cada vitória. Tivemos uma grande vitória agora. E esse sindicato tem orgulho de ter colocado a militância na rua para defender Lula presidente contra esse projeto fascista que está aí...E nós vencemos!”, considerou.

Eleições para o sindicato em dezembro

A atual gestão caminha para o seu encerramento no próximo mês e as eleições já foram convocadas para os dias 12 e 13 de dezembro, na modalidade presencial, para a Diretoria e o Conselho de Representantes da Aduff. As chapas interessadas em concorrer têm até às 13h da quarta-feira 24 para fazer a inscrição no pleito. Veja aqui 

De acordo com Kate Lane, ocupar a presidência de uma seção sindical é um desafio necessário. “Estar nesse lugar, para nós – mulheres- mães, que viemos da Baixada, que muitas vezes fomos as primeiras da família a entrar em uma Universidade, que não temos a cor padrão e que não somos da classe dominante – é muito solitário”, apontou. Para ela, entretanto, a militância é o único lugar possível para mudar alguma coisa. “Somente em nossa sala de aula, do nosso sofá, ou das nossas redes sociais não vamos mudar nada. É nas ruas que mudamos as coisas”, apontou a sindicalista.

Segundo a docente, é preciso ter no horizonte o enfrentamento ao fascismo e também ao sistema capitalista, que explora a vida da classe trabalhadora, sobretudo a mais vulnerável e periférica.  “Enquanto não pautarmos outra sociedade, socialista, com liberdade, vamos ter esse pessoal que quer nossa vida. Se eles radicalizam do lado de lá, temos que radicalizar daqui. Eles têm que temer a nossa revolta; o poder tem que ser do povo, para o povo e pelo o povo”, assegurou Kate Lane.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind