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Out
27
2022

Na exibição de "O Debate" no Gragoatá, "UFF" defende diálogo para virar essa página da História 

Evento reuniu estudantes, técnicos e docentes e teve a presença do ator e diretor Caio Blat

 

 

O pilotis do bloco D ficou lotado de trabalhadores e estudantes da UFF que foram assistir “O Debate” - primeiro longa metragem dirigido por Caio Blat, no início da noite desta quarta (26). O ator esteve no campus do Gragoatá, para conversar com a plateia após a projeção da obra, que aborda o contexto político, social e econômico do Brasil diante da pandemia da covid-19. 

Em Niterói, a atividade também contou com a participação dos parlamentares Talíria Petrone (deputada federal), Flávio Serafini (deputado estadual) e Professor Josemar (vereador de São Gonçalo); e da presidente da Aduff, Kate Lane de Paiva. Foi conduzida por Eblin Farage, da Escola de Serviço Social e do Comando de Mobilização da UFF. “Muito importante uma atividade como essa, que nos enche de coragem, principalmente porque a Educação não é neutra”, disse a docente, que é também ex-presidente do Andes-SN. 

Ela lembrou que no mesmo dia, a comunidade da UFF em Volta Redonda, no campus do Aterrado, também participava de atividade semelhante. Caio Blat gravou uma rápida saudação aos estudantes e aos trabalhadores da unidade, lembrando a importância do filme diante da conjuntura do país. 

Segundo o ator/diretor, o filme é fruto de um esforço coletivo, produzido em tempo recorde para circular antes do primeiro turno das eleições deste ano. "Todos trabalharam de graça. É muito importante ouvir vocês. Tentamos trazer o diálogo afetuoso, com informações verdadeiras - o que virou uma utopia no nosso país", considerou. 

Caio Blat contestou o cenário de desinformação, de fake news sustentada especialmente por setores da extrema-direita e disse que o voto em Lula, no próximo domingo (30), pode ser visto como uma forma de salvar a democracia.

Disse ser preciso superar esse momento para "resgatar a troca, o diálogo com essas pessoas, resgatar a humanidade delas", disse o convidado. 

“O Debate” apresenta um casal de jornalistas em processo de separação, depois de quase 20 anos juntos. Os protagonistas divergem sobre a apresentação do último debate dos candidatos à presidência da República, enquanto aborda questões cotidianas, a partir de dados verídicos, sobre a Covid-19, vacinação, aborto, armamento, violência, corrupção, investimento em arte e cultura e outros temas em voga no país.

Para Flávio Serafini, o filme põe o dedo na ferida por apresentar reflexões importantes sobre a conjuntura política. "Somos um país com 30 milhões de famintos e o atual presidente vetou o aumento da alimentação escolar. É um governo que mobiliza o ódio; um governo que produz a fome e a morte", disse.

Segundo Josemar, o filme é corajoso.  “Vocês transformaram a arte para além do entretenimento; é pensamento crítico", disse o vereador em São Gonçalo, lembrando que a obra não se furta a mostrar a desigualdade brasileira. 

A deputada federal Talíria Petrone também saudou o debate no espaço público, lembrando que as Universidades têm sido tão atacadas pelo atual presidente da República porque são os espaços de resistência e de construção do futuro. “Não há possibilidade de neutralidade quando a Democracia está em perigo ainda que ela seja jovem e incompleta", disse. Segundo ela, não é um tempo de normalidade; por isso, a eleição do dia 30 não será como outra qualquer.

Defendeu derrotar Jair Bolsonaro por ele ser quem debocha dos mortos, desmata a Amazônia, apoia o garimpo e o agronegócio ilegal, entre outras ações desastrosas para a população. 

A presidente da Aduff, Kate Lane de Paiva, fez uma saudação ao público. "Sou professora de Artes no Coluni e me emociono de vários lugares: ver esse pilotis cheio, ver os meus alunos. A arte tem o poder de transformar a realidade e o nosso horizonte. Não à toa, a Reforma do Ensino Médio quis tirar a Arte do currículo", disse. 

Kate também saudou a luta do Movimento Docente na UFF, no Andes-SN. "Sou filha de um vidraceiro e de uma dona de casa. Fui a primeira a cursar o ensino superior. A luta do Movimento Docente me fez chegar até aqui", afirmou a presidente da Aduff. 

De acordo com ela, fascismo é parte de um sistema que explora a força dos trabalhadores e para haver democracia e liberdade em sua totalidade, é preciso romper com o capitalismo, como defendem a Aduff e o Andes-SN.  "Queremos ver a Universidade pintada de povo", afirmou.

Para que isso aconteça, de acordo com ela, é preciso virar agora essa página da história do pais e assegurar as liberdades democráticas.

Da Redação da ADUFF
Aline Pereira
Foto: Fernando França/ especial para a Aduff