Out
25
2022

"Abordagem fundamentalista é reação à Modernidade", disse docente da UFF em debate sobre o tema

"Fundamentalismo religioso e Estado laico: por que o nosso futuro está em risco?" foi o tema em debate, que também contou com a participação dos docentes Lucília Carvalho da Silva (Serviço Social), José Antônio Sepúlveda (Educação). A mediação foi feita pela professora Ana Cristina de Oliveira (Serviço Social).

"Fundamentalismo religioso e Estado laico: por que o nosso futuro está em risco?" foi o tema em debate organizado pela Comissão de Mobilização da UFF, realizado nesta segunda (24), no Pilotis do Bloco E - campus do Gragoatá - Niterói, ao final da tarde. Contou com a participação dos docentes Lucília Carvalho da Silva (Serviço Social), José Antônio Sepúlveda (Educação) e Tatiana Poggi (História) e com mediação da professora Ana Cristina de Oliveira (Serviço Social).

A discussão se voltou para a conjuntura sociopolítica brasileira - de ascensão do conservadorismo, do fundamentalismo religioso e da extrema direita. Apontou a urgência em se permanecer em defesa da liberdade, da consciência crítica e da diversidade religiosa no país.

Tatiana Poggi foi a primeira a fazer sua exposição. Ela demonstrou como o fundamentalismo religioso cresceu ao longo do século 20 e como ele veio ganhando corações e mentes no Brasil e em outras partes do mundo. 

Apontou como os evangélicos se articulam com esse fundamentalismo religioso e de que forma isso tem influenciado no avanço do bolsonarismo do país. 

"Quando tocamos no assunto sobre fundamentalismo religioso e evangélicos, nos munimos de escudos e armaduras. Acabamos difundindo até alguns preconceitos entre nós. Por isso, é importante que saibamos a diferença entre protestantes e neopentecostais. Será que todos os protestantes são fundamentalistas religiosos? Será que todos os evangélicos são fundamentalistas religiosos? Será que somente os protestantes e os evangélicos são fundamentalistas religiosos? Será que não existiria em outras religiões?", considerou a palestrante.

Para ela, nem todos os protestantes são fundamentalistas e há posicionamentos extremos no catolicismo e até mesmo entre judeus sionistas. 

Segundo Tatiana, os professantes do luteranismo, calvinismo, presbiterianismo, metodistas e batistas seriam os evangélicos tradicionais. Já os neopentecostais teriam inicialmente ganhado força nos Estados Unidos para depois, se expandirem para países periféricos do capitalismo. 

"Fundamentalistas têm a interpretação de que a Bíblia é infalível, que é a fonte única da verdade, que é válida não apenas como uma fonte histórica mas como uma evidência científica. A abordagem fundamentalista é uma reação à Modernidade, ao processo de secularização e ao avanço de determinados processos sociais", explicou.

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Da Redação da ADUFF
Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff 

 

 

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