Out
01
2022

Proposta orçamentária de Bolsonaro tenta 'apagar' inflação e consolidar perda de quase ⅓ dos salários

Recursos previstos no orçamento enviado ao Congresso por Bolsonaro, que congelou os salários dos servidores civis por 4 anos, permitem reposição de menos de 5%, diante de uma inflação acumulada de quase 30%

Da Redação da Aduff

A proposta orçamentária enviada pelo Executivo Federal ao Congresso Nacional indica a intenção do presidente Jair Bolsonaro de 'enterrar' quase quatro anos de perdas salariais decorrentes das altas taxas de inflação registradas em seu governo.

Bolsonaro encerrará o mandato, em 31 de dezembro de 2022, sem que tenha concedido quaisquer reajustes salariais aos servidores em quatro anos de gestão.

A proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional prevê recursos para a recomposição salarial que resultariam em índice inferior a 5% para os servidores do Executivo. A inflação acumulada em quatro anos de mandato chegará próxima a 30% - é por isso que a proposta de orçamento apresentada pelo presidente Bolsonaro significa uma tentativa de 'esquecer' a maior parte das perdas inflacionárias e consolidar a redução relativa dos salários.

Bolsonaro disputa para ser, provavelmente, o pior chefe do Executivo para os serviços públicos e os servidores desde a redemocratização do país. Além de não conceder reajustes, Bolsonaro tentou aprovar, sem sucesso, uma 'reforma' Administrativa. Na avaliação dos sindicatos, ao restringir os concursos públicos, a PEC 32 abria caminho para os esquemas corruptos de 'rachadinha' - contratação de pessoal que repassa parte do que recebe a terceiros. Prática da qual a família Bolsonaro é acusada de adotar em seus mandatos parlamentares e que pode estar por trás da compra de mais de uma centena de imóveis, sendo a metade deles com pagamentos em 'dinheiro vivo' - o presidente nega que esteja envolvido com essas transações.

Outra medida de Bolsonaro que atingiu duramente os servidores e servidoras foi a aprovação, em 2019, de uma 'reforma' previdenciária que posterga ou inviabiliza a aposentadoria de milhões de trabalhadores. 

No serviço público, levou ainda, na prática, à redução salarial de boa parte do funcionalismo com a imposição de novas e mais altas alíquotas de contribuição previdenciária.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

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