Mai
13
2022

Julgamento dos acusados do assassinato de enfermeiros é adiado para 25 de maio

 

Em 1999, Marcos e Edma Valadão foram mortos após denunciarem fraudes e irregularidades praticadas nos Conselhos Regionais e Federal de Enfermagem

Previsto para acontecer na quarta-feira, dia 11 de maio de 2022, o julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato dos enfermeiros e sindicalistas Edma Rodrigues Valadão (então presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro) e de seu marido, Marcos Otávio Valadão (presidente da Associação Brasileira de Enfermagem), foi mais uma vez adiado. Desta vez, a pedido do Ministério Público, cujo novo representante argumentou não ter tido tempo hábil de analisar as mais de 5 mil páginas que compõem os autos do processo.

Edma e Marcos foram assassinados no dia 20 de setembro de 1999 na rua Marechal Rondon, no Riachuelo, quando foram abordados por dois homens em uma moto. Ambos foram executados com tiros na cabeça. Na ocasião, não foi levado nenhum pertence do casal. Edma e Marcos vinham sendo ameaçados de morte por terem denunciado desvio de verbas e manipulação das eleições nos Conselhos Federal e Estaduais de Enfermagem.  

No banco dos réus, estão o ex-presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Gilberto Linhares Teixeira, acusado de ser o mandante do crime; o enfermeiro e ex-diretor do Coren Wenceslau Caldeira Constantino, e o agente penitenciário Alfredo Coelho Cavalcanti Filho. De acordo com uma fonte ligada aos sindicalistas mortos, a defesa dos acusados tem, ao longo dos últimos 23 anos, realizado manobras jurídicas para que o caso não vá a julgamento.

Prisão e cancelamento da sentença

A denúncia de irregularidades no Cofen levou a Polícia Federal a deflagrar a operação Predador em janeiro de 2005. Em abril de 2006, Gilberto Linhares foi preso, condenado a 19 anos e 8 meses de prisão. No entanto, em 2007, o ex-presidente foi beneficiado por uma decisão da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou laudos de peritos da Polícia Federal, cancelando a sentença. 

O julgamento os réus no assassinato dos sindicalistas foi remarcado para o dia 25 de maio, às 13 horas, no Tribunal do Júri (rua Erasmo Braga, 115, Centro do Rio). “Tem que ter justiça na vida das pessoas. Vidas não podem ser retiradas e não acontecer nada. Que justiça morosa é essa?”, disse Monica Armada, atual presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, que esteve presente no Fórum nessa quarta-feira.

DA REDAÇÃO D ADUFF

Additional Info

  • compartilhar: