Mar
28
2022

Para Sintuff, explosão no banco de leite e queda de elevador no Huap refletem sucateamento da unidade

Coordenadora do Sintuff afirma que a UFF deveria rever o contrato com a Ebserh, pois a empresa não cumpre muitas cláusulas, entre elas aumento de leitos e reabertura da emergência.

Poucos dias após um elevador do Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, despencar com cinco pessoas (duas médicas e três técnico-administrativos), um servidor teve queimaduras no braço e no rosto durante uma explosão no banco de leite na unidade, na manhã deste dia 28.

De acordo com trabalhadores, ao realizar o fracionamento do leite e o processo de pasteurização, uma funcionária da unidade verificou que as chamas do Bico de Bunsen estavam desreguladas, provocando uma labareda. Ao tentar apagá-la, um funcionário da manutenção se feriu, pois houve um vazamento de gás seguido de explosão. 

Sintuff critica má gestão do Huap

Os dois acidentes causaram ainda mais descontentamento entre os trabalhadores do HUAP, que denunciam a má gestão da unidade pela Ebserh - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Eles se queixam da falta de manutenção de equipamentos importantes para o funcionamento do Hospital. 

A coluna do jornalista Gilson Monteiro de 25 de março denuncia o fato de os elevadores estarem permanente em pane. Afirma ainda que o que sofreu o acidente deveria ter sido trocado por falta de conserto, de acordo com a assistência técnica.

"Esses acidentes não são por um acaso; não são um problema técnico. Refletem o sucateamento do Huap e do serviço público. Refletem a falta de política da Ebserh e da reitoria para gerir o hospital", explica Alessandra Primo, da Coordenação Geral do Sintuff. 

Ela explica que existe uma Comissão de trabalhadores da UFF, constituída por cinco pessoas, para analisar o contrato firmado entre a UFF e a Ebserh em 2016. Contrato esse assinado sob o protesto dos sindicatos que também criticavam a forma pouco transparente, adotada pela reitoria à época, para garantir a adesão da Universidade Federal Fluminense à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Segundo Alessandra Primo, várias cláusulas não foram respeitadas, entre elas a ampliação do número de leitos e de trabalhadores na unidade. "A Ebserh fechou mais de 180 leitos; contratou servidores, mas quando a pandemia arrefeceu, os demitiu. Além disso, a emergência do Hospital Antonio Pedro permanece fechada, inviabilizando o atendimento aos moradores da cidade", disse.

Para a coordenadora do Sintuff, é necessário que a UFF reveja esse contrato, que não deveria estar mais em vigência, já que muitas cláusulas não são cumpridas. Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense defendem investimentos em saúde pública, inclusive com a realização de concursos para suprir a necessidade de trabalhadores no hospital. 

Da Redação da Aduff

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