Fev
08
2022

Assembleia da Aduff delibera pela construção da greve unificada dos Servidores Públicos Federais

Reunião aconteceu virtualmente na tarde de terça-feira (08); posicionamento favorável da seção sindical da UFF será levado para reunião do setor das Federais do Andes-SN, prevista para acontecer entre os dias 14 e 18 de fevereiro

Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (08), as e os docentes da UFF deliberaram, por maioria, pela construção da greve unificada dos Servidores Públicos Federais com deflagração indicada para o dia 9 de março, conforme calendário proposto pelo Fórum Nacional dos Servidores Federais (Fonasefe). O posicionamento aprovado na principal instância deliberativa do movimento docente da UFF será levado à reunião do setor das federais do Andes-SN, prevista para acontecer entre os dias 14 e 18 de fevereiro, que debaterá o indicativo de greve unificada dos SPF e o posicionamento do Sindicato Nacional nas conversas com as outras entidades do funcionalismo federal sobre o tema.

Realizar uma rodada de assembleias nas IFES para iniciar as conversas sobre a construção de uma greve unificada dos SPF foi uma indicação da reunião do Setor da Federais realizada virtualmente no dia 12 de janeiro, com a participação de 73 seções sindicais do Andes. O debate surgiu no Fonasefe diante da atual conjuntura de ataques do governo federal aos serviços e servidores públicos e da luta para derrubar os três anos de congelamento salarial imposto pelo governo Bolsonaro - que embora fragilizado, ainda não está derrotado e segue tocando uma agenda de ataques aos serviços públicos, com apoio do Congresso Nacional.

Entre as pautas da greve unificada que se pretende construir estão a recomposição das perdas salariais dos servidores federais, em defesa de melhores condições de trabalho, pela revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos), contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e a construção de uma pauta específica da Educação. Na assembleia, a primeira de 2022, a diretoria da Aduff-SSind apresentou uma análise de conjuntura que evidenciou os ataques do governo Bolsonaro aos serviços públicos e defendeu a aprovação do indicativo de greve unificada do SPF e da ampliação do seu debate entre a categoria.

As e os docentes favoráveis à aprovação do indicativo ainda destacaram que a construção de uma greve unificada, além de engrossar o movimento em defesa dos serviços e dos servidores públicos, também pode ser uma oportunidade de a categoria se organizar internamente na luta contra a precarização das universidades e por uma pauta específica da Educação, ocupando as instituições em defesa do seu papel social e debatendo uma pauta de reivindicações internas para o retorno seguro às atividades presenciais.

“A Universidade para a qual queremos retornar não pode ser a mesma que deixamos em março de 2020, endividada, com cortes de bolsas e sem recursos para o desenvolvimento do tripé ensino-pesquisa-extensão. Queremos retornar para uma instituição com recursos suficientes para sua estruturação sanitária e que garanta os protocolos exigidos pela pandemia. Para tanto, é necessário discutirmos e assegurarmos os recursos e a dotação orçamentária para cada área. Precisamos de um protocolo institucional que considere os diversos aspectos do cotidiano da universidade pública”, destacou a diretoria da Aduff-SSind, em análise de conjuntura apresentada na assembleia.

Calendário de Mobilização e Campanha Salarial Unificada

Em Plenária Nacional de Servidores Públicos Federais, realizada no dia 27 de janeiro, as entidades presentes aprovaram o seguinte calendário: 02/02 - Ato em Brasília (9h) e nos estados, na abertura do ano legislativo | 02/02 – Coletiva de Imprensa (15h) | 14 a 25/02 - Jornada de luta (Estado de greve) | 09/03 - Deflagração da Greve Unificada.

A pauta salarial das categorias que integram o Fonasefe prevê um reajuste salarial de 19,99%. O índice é referente às perdas acumuladas desde o início do governo Bolsonaro, de janeiro de 2019 a dezembro de 2021, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE). No entanto, sem reajuste desde 2017 e com perdas salariais desde 2011, as servidoras e os servidores acumulam uma defasagem nos salários de 49,28%. 

Da Redação da Aduff | por Lara Abib