Print this page
Nov
18
2021

Vereadora Benny Briolly sofre nova violência política transfóbica na Câmara de Niterói

Ataques aconteceram enquanto Benny apresentava PL que garante 2% de cotas para pessoas trans em concursos públicos no município; Aduff-SSind se solidariza com vereadora

A vereadora Benny Briolly (Psol) ao centro, em ato de resistência com ativistas LGBTQIA+, em frente à Câmara de Niterói A vereadora Benny Briolly (Psol) ao centro, em ato de resistência com ativistas LGBTQIA+, em frente à Câmara de Niterói

“Durante minha fala, quando apresentava dados sobre a transfobia brasileira, os gritos e xingamentos dos bolsonaristas me interrompiam. Fui chamada de ‘traveco’, ‘viadinho’ e ‘piranha’. Foi muito violento!”, relatou a vereadora do Psol, Benny Briolly, ao Jornal Empoderado.

Autora de um Projeto de Lei (PL) que prevê 2% de cotas para pessoas trans em concursos públicos municipais, Benny Briolly (Psol) foi a 5ª vereadora mais votada de Niterói na eleição de 2018. A matéria que seria votada na quarta-feira (17) foi adiada para hoje, após bolsonaristas presentes no plenário, incentivados pelo vereador Douglas Gomes (PTC-RJ), tumultuarem a sessão de forma violenta e inaceitável, proferindo ataques transfóbicos à Benny e a ativistas que estavam no plenário para pressionar pela aprovação do projeto de lei.

Douglas Gomes chegou a dar voz de prisão para Colle, travesti articuladora da Casa Nem. “Durante minha fala, quando apresentava dados sobre a transfobia no Brasil, bolsonaristas me interrompiam aos gritos e xingamentos. Mas nós movimento LGBTIA+ reagimos mostrando nossa força e afirmando que o fascismo e a transfobia não irão prevalecer”, relatou Benny Briolly, em suas redes sociais.

Os ataques transfóbicos aconteceram quando Benny discursava sobre o Brasil ser o líder mundial de assassinatos de pessoas trans no mundo, citando dados do novo relatório da Transgender Europe (TGEU), que monitora, globalmente, dados levantados por instituições trans e LGBTQIA+.

No Brasil, os registros são coletados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), sem nenhum investimento do Estado. A Antra é uma rede nacional que articula em todo o Brasil 127 instituições que desenvolvem ações para promoção da cidadania da população de travestis e transexuais. De acordo com o relatório, o Brasil é responsável por 41% de todos os assassinatos de pessoas trans no mundo.

Não foi a primeira vez que Benny Briolly sofreu ataques do vereador bolsonarista Douglas Gomes. Em março desse ano, Benny denunciou Gomes por agressão verbal e tentativa de agressão física. Em maio, a vereadora foi obrigada a deixar o país por cerca de 15 dias, após receber ameaças de morte.

“É duro vivenciar esses episódios. Exerço meu trabalho pelo povo, fui a mulher mais votada do município e exijo respeito! Não irei recuar. E nós dos movimentos não deitaremos”, afirmou a vereadora nas redes sociais.

A diretoria da Aduff-SSind se solidariza com Benny Briolly e repudia veementemente os ataques sofrido pela vereadora ao ocupar um lugar que lhe é de direito, exigindo que a Câmara de Niterói tome medidas urgentes para punir e coibir qualquer tipo de violência política na Casa.

 

Da Redação da Aduff, com informações de Revista Fórum

A vereadora Benny Briolly (Psol) ao centro, em ato de resistência com ativistas LGBTQIA+, em frente à Câmara de Niterói A vereadora Benny Briolly (Psol) ao centro, em ato de resistência com ativistas LGBTQIA+, em frente à Câmara de Niterói

Additional Info

  • compartilhar: