Set
24
2021

Nita Freire celebra o centenário e o legado do maior educador do país

Em evento na Câmara dos Deputados, viúva de Paulo Freire diz que ele foi um homem muito mais além do seu tempo e comenta que homenagens ao educador superaram as expectativas

 

 

Um homem gigante, dono de uma alma generosa e com capacidade de amar muito além do que se conhece entre as pessoas. Assim Ana Maria Araújo Freire, conhecida como Nita, definiu aquele que foi seu companheiro de vida ao participar de evento online, promovido pela Câmara dos Deputados, para celebrar o legado de Paulo Freire - educador brasileiro que completaria 100 anos último dia 19 de setembro. 

Autor mundialmente citado e reconhecido em diversos países, Paulo Freire tem sido reverenciado pelo legado e pela importância de sua obra, assim como fez a atividade denominada "100 anos de Paulo Freire - O patrono da Educação Brasileira", transmitida por redes sociais no dia 20 de setembro. 

Pode ser assistida na íntegra em www.youtube.com/watch?v=VjPaarXMfUk (manhã) e www.youtube.com/0ae01107-daf5-4d2b-941c-d11303c18b63 (tarde)

Organizada pelas comissões de Legislação Participativa; de Cultura; de Direitos Humanos e Minorias; e de Educação da Câmara dos Deputados, contou com a participação de parlamentares e educadores, entre eles Lisete Arelaro, professora titular da Faculdade de Educação da USP; Mario Sergio Cortella, filósofo, escritor e ex-orientando de Paulo Freire.

Nita Freire exaltou o legado de Paulo Freire para uma educação mais democrática e inclusiva. "Ele cuidou de esclarecer as coisas do senso comum para as pessoas das camadas populares se assumirem enquanto sujeitos da sociedade e se inserirem na existência humana", disse. 

A viúva de Paulo Freire afirmou que Paulo Freire sempre esteve por inteiro imerso na realidade, recusando abstrações, mas pensando a vida do povo a partir do que vivia, experienciava. Dedicou-se ao povo analfabeto e ao proletário. "Foi para esses que o Paulo começou a dedicar seu tempo e o seu amor, querendo trazer os marginalizados, os tidos demitidos da vida, de volta à sociedade", apontou. 

De acordo com Nita Freire, a justiça social, o direito ao bem-estar e às condições humanas básicas, entre moradia, comida, escola, hospital para todos, foram causas às quais Paulo Freire se voltou. Era um defensor da democracia e por suas ideias avançadas para a época, foi perseguido durante a ditadura empresarial-militar no Brasil, entre 1964-1985. 

Ainda segundo Nita, era esperado que houvesse celebrações e festejos pelo centenário de Paulo Freire. No entanto, as homenagens - segundo ela mais de 80 em todo o país, fora outras internacionais - a surpreenderam positivamente. "Somos seres históricos, fazemos a história e somos por ela determinados. E Paulo esteve sempre a altura do seu tempo e muito mais além", considerou a docente.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

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