Set
24
2021

Na segunda (27), Audiência Pública na Câmara de Niterói debaterá gestão da Ebserh na UFF

Evento online será realizado às 18h, via GoogleMeet, com transmissão pelo facebook da Câmara de Niterói; Aduff assina convocatória realizada pela Presidência da Comissão Permanente de Saúde e Bem-Estar Social da Câmara de Niterói e convida docentes a participarem da reunião

“EBSERH: A saúde como mercadoria” é o tema da audiência pública que será realizada na próxima segunda-feira (27), às 18h, pela Câmera Municipal de Niterói. Aduff, Sintuff e o ‘Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ’ assinam a convocatória realizada pela Presidência da Comissão Permanente de Saúde e Bem-Estar Social da Câmara, ocupada pelo vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL). O evento virtual será transmitido pela página do Facebook da Câmara de Niterói, pelo link:  https://www.facebook.com/camaraniteroi/

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) é uma empresa pública de direito privado criada em 2011 para supostamente gerir e administrar os hospitais universitários. Entretanto, como já alertava o Andes-SN, a Fasubra e tantas outras entidades contrárias à adesão dos HU’s à Ebserh, além de não trazer novos recursos orçamentários, o contrato com a Empresa agravou os problemas dos hospitais universitários, consolidou a privatização e os ataques à autonomia universitária – interferindo no tripé ensino, pesquisa e extensão.

O Hospital Universitário Antonio Pedro, da UFF, aderiu à Ebserh em 2016, numa reunião do Conselho Universitário realizada fora da universidade e em que os conselheiros contrários à proposta sequer tiveram seus votos contados. De lá para cá, trabalhadores e estudantes denunciam a perda de autonomia universitária e o caráter privatista da empresa, que interfere no acesso de usuários do SUS ao HUAP. A ‘contrapartida’ da Ebserh tem sido a pressão, o assédio e a precarização dos serviços e do trabalho no Antônio Pedro.

“A empresa piorou nossas condições de trabalho, não trouxe dinheiro novo e nem novos concursos. As pessoas estão se aposentado e não há reposição das vagas”, friza a coordenadora geral do Sintuff, Bernarda Thailania Gomes. Em reunião no dia 11 de agosto desse ano, o Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense aprovou a formação de uma Comissão para avaliar o contrato do Huap com a Ebserh e analisar as denúncias de violação de autonomia universitária e de descumprimento de cláusulas.

“A Ebserh tem implementado como estratégia nacional um projeto gerencialista de enxugar a produção, como se um hospital assistencial e de ensino pudesse enxugar produção, impondo rodagem de pacientes, aceleração de processos e fechamento de leitos e abertura de outros, em detrimento das necessidades da população usuária do hospital. A gravidade é tanta que a UFF e outras universidades já vem debatendo os impactos no ensino, a partir do movimento de estudantes e trabalhadores que veem os leitos serem fechados”, ressaltou na Plenária “Barrar a Ebserh na UFRJ”, a diretora da Aduff e professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFF, Claudia March.

Ela destaca que a retomada do debate sobre a contratualização entre a Ebserh e UFRJ tem mobilizado os movimentos sociais e sindicais no Rio de Janeiro, inclusive Aduff e Sintuff, para desvelar os impactos negativos da Ebserh na autonomia universitária, no ensino, na pesquisa e no acesso de usuários do SUS ao HUAP.

Na plenária realizada no dia 31 de agosto, participantes expressaram preocupação com o retorno do debate na UFRJ em um momento que a Universidade funciona de maneira não presencial e durante grave crise sanitária, política e social no país - em que o governo Bolsonaro aprofunda políticas de retirada de direitos, de ataques aos serviços públicos e de entrega do patrimônio público.

“A luta continua sendo nacional. Se a UFRJ resiste e não contratualiza com a Ebserh, ela coloca força na nossa luta pela revogação dos contratos em outros hospitais universitários como o HUAP”, ressalta Claudia. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) está na lista de privatização de Paulo Guedes e é presidida pelo general Oswaldo de Jesus Ferreira, além de ter sido exaltada como um “um caso de sucesso no setor público” pelo ex-ministro da educação, Abraham Weitraub.

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