DA REDAÇÃO DA ADUFF
Acontece agora, na tarde desta quinta-feira (23), na Câmara dos Deputados, reunião da comissão especial que analisa a 'reforma' Administrativa do presidente Jair Bolsonaro (PEC-32). Numa nova reviravolta, a quinta versão do parecer do relator, protocolada há pouco, retoma o artigo que permite a privatização generalizada dos serviços públicos (27-A). Também reinstitui a possibilidade de contratação temporária sem concurso por dez anos para praticamente todas as áreas e cargos do setor público.
A Aduff retransmite a reunião ao vivo, pela sua página no Facebook. Com os acessos à Casa restritos, servidores de vários estados do país fazem um ato público pela rejeição da matéria em frente a uma das entradas da Câmara - o Andes-SN ajuda na organização da manifestação. Os sindicatos também pedem a todos que defendam os serviços públicos para que multipliquem a pressão pelas redes sociais - a tag utilizada é #PEC32SeVotarNãoVolta.
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A reunião da comissão especial na qual o governo tentava votar a proposta, na noite da quarta-feira (22), acabou sendo encerrada bem antes disso. O presidente da comissão, Fernando Monteiro, suspendeu a discussão após protestos da Oposição contra a atitude do relator, Arthur Maia (DEM-BA), de protocolar um novo parecer, às 21h8min, no momento em que os deputados votavam pedido de retirada de pauta da matéria. Pouco depois, teve que cancelar a reunião do colegiado.
Ao final, o resultado da votação de retirada de pauta não agradou ao governo, que venceu a Oposição por baixa margem de votos: 22 a 19. Ato contínuo, partidos governistas trocaram, na manhã desta quinta, membros titulares na comissão que demonstraram estar contra a proposta do governo.
Deputados contrários à PEC classificaram de 'golpe' as últimas atitudes do relator. Também disseram que, no Plenário da Câmara, o governo não poderá 'trocar' os deputados para assegurar os 308 votos que necessita. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), marcou sessão para esta sexta-feira (24), ato recebido como uma ameaça de levar a proposta direto para votação em Plenário caso a matéria não seja votada na comissão.
Parlamentares também ressaltaram muito a importância da continuidade da mobilização presencialmente em Brasília e nas redes sociais. Os atos programados para 2 de outubro são considerados fundamentais para a luta pela rejeição da 'reforma' de Bolsonaro. Com a PEC-32, o presidente tenta inserir na Constituição Federal o seu modelo de serviço público, associado à privatização, ao negacionismo e autoritarismo.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho