DA REDAÇÃO DA ADUFF
"Não vai ter PEC, vai ter luta", comemoram dezenas de servidores que se encontravam, às 23h25min, nas dependências da Câmara dos Deputados, assim que foi confirmado que a luta contra a 'reforma Administrativa' havia conseguido impedir por mais um dia a votação da proposta na comissão especial que a analisa.
"Cancela", exigiram pouco antes em coro deputadas e deputados contrários à PEC-32, ao cobrar a suspensão da sessão da comissão especial que, por volta das 21h35min desta quarta (22), analisava a 'reforma' Administrativa que o governo Bolsonaro tenta aprovar na Câmara.
Cerca de uma hora após interromper a sessão, o presidente da comissão, deputado Fernando Monteiro, decidiu encerrar a reunião e convocou nova sessão para as 9 horas de quinta-feira (23). Os deputados da Oposição avaliam que o governo não tem os 308 votos que precisa no Plenário e querem o arquivamento da PEC-32 ainda na comissão, apontada como um desastre para o setor público.
A surpresa da entrada de uma nova versão em meio à votação de requerimento de retirada de pauta deixou o clima mais tenso. Parlamentares contrários ao projeto afirmaram ser inaceitável a continuidade da reunião e chamaram de "golpe" o que estava ocorrendo. "O que a gente viu é que eles não têm voto para aprovar em Plenário", disse a deputada Taliria Petrone (PSOL-RJ).
Na versão que foi protocolada ao final da tarde, a terceira, o deputado Arthur Maia (DEM-BA) apresentou alguns recuos, como a retirada do Artigo 37-A, que libera as privatizações, porém haveria consenso entre as entidades do Fórum dos Servidores pela rejeição total do texto. Já a quarta versão, ainda sendo analisada, chama a atenção pela retirada de qualquer efeito da PEC sobre juízes e procuradores.
A sessão estava marcada para 19h e só começou por volta das 19h50. Diante da já anunciada obstrução da Oposição, o presidente da comissão, deputado Fernando Monteiro, iniciou a sessão dizendo que, mesmo que ela se estendesse até as 5 horas da manhã, o parecer seria votado, o que não aconteceu.
O pedido de retirada de pauta foi rejeitado por 22 votos a 19, resultado apertado que expõe as dificuldades do governo e chegou a ser comemorado pela Oposição. Sindicatos convocam mais pressão e envolvimento nas redes sociais agora à noite e ao longo da semana contra a PEC-32. A recomendação é para que em todos os materiais postados no Twitter ou em outras plataformas se use as tags #VotaPEC32NãoVolta e #PEC32Não. Ao longo da mobilização desta quarta-feira, se destacou a importância de fortalecer os atos "Fora Bolsonaro e Mourão" convocados para 2 de outubro de 2021, levando a pauta "Não à PEC-32".
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho