Set
10
2021

Bolsonaro tenta votar PEC contra serviço público logo após liderar atos para fechar Congresso e STF

Sindicatos convocam servidores a intensificar mobilizações contra 'reforma' Administrativa; Rio terá ato no Buraco do Lume no dia 14; Caravana vai a Brasília: Aduff levará docentes que queiram participar

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O presidente Jair Bolsonaro tentará, com sua base no parlamento, colocar em votação na Câmara dos Deputados a 'reforma' Administrativa (PEC-32) entre 14 e 16 de setembro próximos. Apenas uma semana, portanto, após liderar atos que defenderam o fechamento do STF e do Congresso Nacional, ameaçar dar um golpe de Estado e criar a maior crise institucional depois da redemocratização do país.

Trabalhadores dos serviços públicos e de estatais - nas esferas municipal, estadual e federal - planejam manifestações contrárias a isso para terça-feira, dia 14 de setembro de 2021. Os atos públicos estão sendo organizados por meio das entidades representativas da categoria, das frentes e fóruns de luta do setor e com apoio de centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas.

Os protestos devem acontecer em todas as capitais dos estados e em outras cidades e vão defender o arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional 32/2021. Na capital fluminense, plenária virtual do Fórum Unificado em Defesa do Serviço Público e das Estatais definiu que o ato será na Praça Mário Lago (Buraco do Lume), a partir das 16 horas, no Centro do Rio - o uso de máscara é obrigatório.

Também está prevista uma caravana a Brasília, onde deve ocorrer a primeira manifestação presencial dos servidores com representações de todos os estados desde o início da pandemia. A Aduff participa da construção desta manifestação, com todos os cuidados sanitários exigidos - docentes que queiram participar devem enviar mensagem para a Secretaria da Seção Sindical até domingo (12). O endereço é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Para a noite desta sexta-feira (10), está marcada uma assembleia nacional do setor público, por videoconferência, na qual se debaterá os próximos passos desta fase da luta para barrar a PEC-32.

Lira abraça Bolsonaro

Para colocar a proposta em votação, o governo conta com o empenho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O líder do Centrão, eleito para chefia da casa legislativa sob denúncias de apoio irregular de Bolsonaro com verbas públicas, reafirmou a intenção de levar a voto a PEC-32 na comissão especial que a analisa de 14 a 16 de setembro - depois, o texto segue para o Plenário. 

Lira, que nega as denúncias contra ele, diz que a reforma não é mais do governo e terá o seu conteúdo redefinido pelo Legislativo. “Estamos cumprindo o script que fizemos na campanha, tudo o que está sendo votado foi pauta de nossas eleições. Dizíamos que íamos discutir as reformas, os projetos que destravam a economia foram votados pela Câmara”, disse, segundo a Agência de Notícias Câmara.

O deputado segue sentado em cima de mais de cem pedidos de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro. A pressão para que eles sejam apreciados - prerrogativa constitucional do presidente da Câmara - cresceu e ganhou adesões inclusive de setores mais conservadores, após a última ameaça golpista de Bolsonaro.

Nos atos da extrema-direita no feriado da Independência, centralizados em Brasília e em São Paulo, o presidente disse que não cumpriria mais decisões do Judiciário das quais discordasse. As manifestações também tiveram faixas pela intervenção militar e o fechamento do Congresso Nacional. Não havia mensagens defendendo direitos ou projetos que atendam demandas sociais da população.

No mesmo dia, movimentos sindicais, sociais e partidários de esquerda e setores progressistas realizaram protestos em dezenas de cidades - numa junção dos tradicionais atos do Grito dos Excluídos e Excluídas com o movimento 'Fora Bolsonaro'. As manifestações também defenderam direitos da classe trabalhadora e a rejeição da reforma que ameaça os serviços públicos. A Aduff ajudou a construir os protestos no Estado do Rio - a TV Aduff fez uma cobertura ao vivo dos protestos, em parceria com o Sintuff, Sindscope e o Sepe-Niterói (para assistir à gravação, clicar aqui).

DA REDAÇÃO A ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

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