Ago
26
2021

Diretoria da Aduff retoma visitas aos departamentos para debater pauta interna e externa com docentes da UFF

Calendário de reuniões é parte das ações de mobilizações da diretoria para debater com a categoria a questão do retorno presencial e as condições de trabalho no ensino remoto emergencial. Organização da luta contra o conjunto dos ataques à Educação e aos serviços públicos, como a PEC-32, também é pauta

A diretoria da Aduff-SSind está organizando um calendário de visitas para voltar a percorrer as unidades e departamentos da Universidade. A política de visitas, tradicionalmente chamada de “Sindicato Itinerante” visa estreitar a relação entre docentes e a Aduff, pautando os debates que repercutem no cotidiano universitário, na conjuntura e nas condições de trabalho da categoria.

Especialmente durante o período da pandemia da covid-19 no Brasil, a participação nas reuniões está se dando via remoto. Justamente por isso, percorrer as unidades e departamentos da UFF é uma aposta da diretoria da Aduff para reduzir a distância e as consequências do afastamento físico, na construção de ações e mobilizações coletivas de enfrentamento ao conjunto de ataques à Educação e aos serviços públicos e no debate com a categoria sobre as condições para o retorno presencial, quando ele for possível, além das condições de trabalho no ensino remoto emergencial.

De acordo com a presidente da Aduff-SSind, Kate Lane Paiva, o sindicato tem recebido um retorno muito positivo dos departamentos. As reuniões estão sendo marcadas em diálogo com chefes de departamento, as secretarias e as e os integrantes do Conselho de Representantes. Para ela, a atividade é uma forma de reiterar o compromisso e a disposição da Aduff de se fazer presente no cotidiano da categoria e ouvir as e os professores, sobretudo na pauta interna.

 Retorno presencial e ataques à Educação pública

“Em um momento em que as unidades da UFF começam a debater um plano de contingenciamento para o retorno presencial e diante da pressão que a gente sabe que existe para a retomada das aulas presenciais mesmo sem o controle da pandemia no Brasil, saber o que as e os docentes têm debatido nos departamentos e colegiados é fundamental para nos prepararmos e nos organizarmos, inclusive diante de possíveis medidas que pressionem para o retorno açodado e de cima para baixo, ressaltando sempre que nossa prioridade é a proteção da vida”, afirma Kate.

A presidente da Aduff também destaca que o assunto, que já foi tema de uma live realizada pelo sindicato, também será pauta de reunião do Conselho de Representantes da Aduff e de uma assembleia geral da categoria. Ação civil pública proposta pelo MPF pede na Justiça o retorno às aulas presenciais até o dia 18/10 nas Instituições Federais de Ensino Superior do Rio de Janeiro. Enquanto isso, o retorno das aulas no ensino básico tem levado a uma situação caótica nas escolas, com aumento de número de casos de covid-19 entre profissionais da educação e estudantes, que nem sequer foram amplamente imunizados com as duas doses da vacina.

Para a diretoria da Aduff-SSind, é essencial aliar o debate do retorno presencial - quando ele for possível - aos debates sobre as condições estruturais de trabalho e de estudo na UFF e do financiamento público da educação pública. “A política neoliberal de desfinanciamento e de precarização da educação pública esteve em vigor nos últimos 30 anos no Brasil e só tem se agravado no governo genocida e inimigo da ciência de Bolsonaro e Mourão. Também não podemos perder de vista que o projeto de estrangulamento orçamentário visa abrir as portas das universidades para as parcerias público-privadas, inclusive utilizando o ensino remoto como trampolim para efetivar a implementação definitiva do EAD, como é o caso do Reuni Digital”, alerta Kate Lane.

PEC 32 – Reforma Administrativa de Bolsonaro e Guedes é a destruição dos serviços públicos no Brasil

Fim do Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90). Criação de 5 tipos diferentes de entrada no serviço público, gerando desigualdades entre os servidores. Fim da estabilidade e fragilidade dos vínculos de trabalho. Abertura para contratações e efetivação nos cargos por indicações políticas, disfarçada de indicação técnica, por eficiência e avaliação de desempenho. Sucateamento dos serviços públicos essenciais como saúde, educação, assistência social e segurança pública. Essas são as principais consequências da PEC 32, da Reforma da Previdência, se a proposta de emenda constitucional passar no Congresso Nacional.

Para a diretoria da Aduff-SSind, é indispensável que a as e os docentes se engajem na luta contra mais uma emenda constitucional que pretende retirar direitos e destruir os serviços públicos. A seção sindical do Andes-SN na UFF convida professores e professoras para continuarem nas ruas em ações construídas em unidade com centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais, populares e estudantis para fazer frente ao governo e às políticas de Bolsonaro e Mourão. Grandes atos já estão programados para o dia 7 de setembro, no já tradicional Grito dos Excluídos.