Jul
26
2021

Com recorde de atos, 'Fora Bolsonaro' exige 'fim do genocídio' que já atinge 550 mil óbitos

Manifestações em 509 cidades do Brasil e de outros 16 países também defenderam os serviços públicos e as liberdades democráticas; TV Aduff fez cobertura ao vivo dos protestos no Rio

Detalhe do ato no Centro do Rio, na av. Presidente Vargas Detalhe do ato no Centro do Rio, na av. Presidente Vargas / Clever Félix/Especial para a Aduff

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Às vésperas do país atingir a marca de 550 mil vidas perdidas para a pandemia da covid-19, foram registrados 509 atos no Brasil e em outros 16 países que exigiram o fim do atual governo, acusado atuar como aliado do vírus e de ser o principal responsável pelo que os movimentos que foram às ruas definem como um "genocídio". A Aduff e o Andes-SN participaram da convocação e da organização deste dia de protestos.

Os atos exigiram que o programa de vacinação seja acelerado e que se aumente o valor do auxílio emergencial. O SUS e os serviços públicos em geral foram defendidos, assim como a rejeição da 'reforma' Administrativa (PEC-32) e das privatizações. As liberdades democráticas, em meio às ameaças de golpe por parte de autoridades do governo, também foram defendidas nas ruas.

Os dados gerais do dia de protestos são do movimento que organiza e articula nacionalmente a campanha "Fora Bolsonaro". Mostram que o quarto grande dia de atos contra o governo, em menos de dois meses, foi o com mais manifestações até aqui, superando o recorde de 3 de julho, quando foram registrados 387 protestos. 

As entidades organizadoras calculam em cerca de 600 mil o número de pessoas que foram às ruas, o que não supera outros dias de protestos, porém a quantidade de regiões e setores da sociedade envolvidos demonstra que o movimento vai ganhando mais capilaridade.

Docentes, técnicos e estudantes da Universidade Federal Fluminense participaram dos atos, no sábado, 24 de julho de 2021, no Centro do Rio, na av. Presidente Vargas, e em outras cidades fluminenses. Houve manifestações em mais 28 cidades do Estado do Rio.

Estavam previstos atos em quase todas as demais cidades nas quais, além de Niterói, a UFF possui campi ou instalações: Angra dos Reis, Campos, Macaé, Nova Friburgo, Rio das Ostras, Volta Redonda e Petrópolis. A reportagem não conseguiu confirmar se houve protesto também em Pádua. Em Niterói, houve uma concentração em frente às Barcas, de onde os manifestantes se dirigiram ao Centro do Rio atravessando a Baía de Guanabara.

Corrupção e Vacina

A quarta jornada de grandes manifestações ocorre num momento em que o presidente Bolsonaro vê a sua popularidade cair e no qual se agravam as denúncias de esquemas de corrupção em seu governo. "Não era só negacionismo, era também negócio" foi uma mensagem estampada em cartazes na maioria dos atos. A corrupção foi associada diretamente ao "genocídio", quando ganha contornos cada vez mais factuais a constatação de que o atraso na compra de vacinas também estaria vinculado à busca de melhores condições para que os negócios se dessem de forma fraudulenta. 

Impeachment e 'reforma' Administrativa

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi outro alvo dos protestos. Em Maceió (AL), os manifestantes realizaram um 'escracho' em frente a uma das residências do parlamentar e atual aliado de Jair Bolsonaro. Um dos principais defensores no Congresso Nacional da 'reforma' Administrativa que ataca direitos dos servidores, Lira é também o responsável por engavetar todos os mais de cem pedidos de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro.

Cobertura ao vivo

A TV Aduff, o Sintuff (sindicato dos servidores técnicos-administrativos da UFF) e o Sindscope (dos servidores do Colégio Pedro II) se uniram para fazer, juntos, a cobertura dos atos do #24J, centrada no protesto naav. Presidente Vargas. A cobertura foi transmitida ao vivo pelas páginas destas entidades no Facebook e no Youtube e fica gravada e disponível para quem desejar assistir.

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DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Detalhe do ato no Centro do Rio, na av. Presidente Vargas Detalhe do ato no Centro do Rio, na av. Presidente Vargas / Clever Félix/Especial para a Aduff