Jun
24
2021

'Os campi do interior vão sofrer ainda mais com os cortes', diz estudante no ato 'Fora Bolsonaro'

Estudante da UFF fala do ato em Angra, cidade em que Bolsonaro teve 80% dos votos, e diz que eleitores arrependidos foram ao protesto (link para assistir)

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A cidade de Angra dos Reis esteve mobilizada contra o governo federal no dia 19 de junho, quando protestos em todas as capitais e em centenas de cidades denunciaram a ausência de políticas públicas para a contenção da pandemia da covid no país, que já ceifou a vida de mais de 500 mil brasileiros. 

Clicar aqui para assistir ao trecho da cobertura da TV Aduff do ato em Angra 

De acordo com a estudante Natasha Martins, do Instituto de Educação em Angra dos Reis, o protesto na cidade consistiu em um desafio a mais dado o resultado das eleições em 2018, quando Bolsonaro teve 80% dos votos. Além disso, o prefeito Fernando Jordão já demonstrou ser simpatizante do bolsonarismo. 

Ao falar ao vivo na cobertura dos protestos realizada pela TV Aduff, em parceria com o Sintuff e o Sindscope, Natasha contou que a prefeitura interferiu no ato e pediu a retirada do carro de som. A situação foi contornada com apoio do Sindipetro-RJ, já que os participantes da manifestação na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro conseguiram outro veículo e, assim, fizeram ecoar o descontentamento com Jair Bolsonaro e o que ele representa. "Não vão nos calar", disse a discente. "A insatisfação é muito grande. Antigos eleitores do presidente se mostraram decepcionadas com ele e, por isso, participaram. Isso é muito importante para agregar no Fora Bolsonaro", complementou.

Cortes em Educação

Segundo Natasha Martins, apesar dos riscos postos pelo momento de pandemia, ainda não controlada no Brasil, é preciso ir às ruas, dada a gravidade do que ocorre no país, à mercê da postura negacionista de Jair Bolsonaro em relação à Educação e à Ciência. Ida aos atos com os devidos cuidados sanitários, ressaltaram os organizadores dos atos, com distanciamento, álcool em gel e máscara de proteção. 

O comentário de Natasha está diretamente relacionado aos recentes cortes orçamentários na Educação Pública e a asfixia vivida pelas agências de fomento à pesquisa. Na UFF, o orçamento está cada vez mais estrangulado por conta dos sucessivos ajustes fiscais. Dados divulgados pela Reitoria na página da instituição em maio deste ano informam que o contingenciamento será de aproximadamente R$32,9 milhões - o que ameaça a manutenção da Universidade.  

A estudante lembrou a origem da UFF em Angra dos Reis, que, como unidade fora de sede, é fruto do projeto Reuni - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, fomentado em 2007. "Não bastasse tudo o que está acontecendo, o ensino remoto e já estarmos precarizados, novos cortes em educação possibilitam até o fechamento de alguns setores da UFF e isso é muito impactante para nós aqui. Somos um campus pequeno e com certeza sofremos mais com esses cortes", avaliou a discente.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

 

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