DA REDAÇÃO DA ADUFF
A cidade de Angra dos Reis esteve mobilizada contra o governo federal no dia 19 de junho, quando protestos em todas as capitais e em centenas de cidades denunciaram a ausência de políticas públicas para a contenção da pandemia da covid no país, que já ceifou a vida de mais de 500 mil brasileiros.
Clicar aqui para assistir ao trecho da cobertura da TV Aduff do ato em Angra
De acordo com a estudante Natasha Martins, do Instituto de Educação em Angra dos Reis, o protesto na cidade consistiu em um desafio a mais dado o resultado das eleições em 2018, quando Bolsonaro teve 80% dos votos. Além disso, o prefeito Fernando Jordão já demonstrou ser simpatizante do bolsonarismo.
Ao falar ao vivo na cobertura dos protestos realizada pela TV Aduff, em parceria com o Sintuff e o Sindscope, Natasha contou que a prefeitura interferiu no ato e pediu a retirada do carro de som. A situação foi contornada com apoio do Sindipetro-RJ, já que os participantes da manifestação na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro conseguiram outro veículo e, assim, fizeram ecoar o descontentamento com Jair Bolsonaro e o que ele representa. "Não vão nos calar", disse a discente. "A insatisfação é muito grande. Antigos eleitores do presidente se mostraram decepcionadas com ele e, por isso, participaram. Isso é muito importante para agregar no Fora Bolsonaro", complementou.
Cortes em Educação
Segundo Natasha Martins, apesar dos riscos postos pelo momento de pandemia, ainda não controlada no Brasil, é preciso ir às ruas, dada a gravidade do que ocorre no país, à mercê da postura negacionista de Jair Bolsonaro em relação à Educação e à Ciência. Ida aos atos com os devidos cuidados sanitários, ressaltaram os organizadores dos atos, com distanciamento, álcool em gel e máscara de proteção.
O comentário de Natasha está diretamente relacionado aos recentes cortes orçamentários na Educação Pública e a asfixia vivida pelas agências de fomento à pesquisa. Na UFF, o orçamento está cada vez mais estrangulado por conta dos sucessivos ajustes fiscais. Dados divulgados pela Reitoria na página da instituição em maio deste ano informam que o contingenciamento será de aproximadamente R$32,9 milhões - o que ameaça a manutenção da Universidade.
A estudante lembrou a origem da UFF em Angra dos Reis, que, como unidade fora de sede, é fruto do projeto Reuni - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, fomentado em 2007. "Não bastasse tudo o que está acontecendo, o ensino remoto e já estarmos precarizados, novos cortes em educação possibilitam até o fechamento de alguns setores da UFF e isso é muito impactante para nós aqui. Somos um campus pequeno e com certeza sofremos mais com esses cortes", avaliou a discente.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira