Mar
25
2021

1° Plenária “Docentes contra o Genocida” reúne mais de 125 professores da base do Andes no RJ

Atividade online integrou jornada do 24 de março - Dia Nacional de Lutas, Mobilizações, Paralisações e Greves – Em defesa da Vida e dos Serviços Públicos

Organizar as e os docentes para enfrentar a conjuntura de ataques à vida, à Educação e aos serviços públicos no Brasil, contrapondo-se à política de morte do governo Bolsonaro, em defesa de um auxílio emergencial digno, de vacinação urgente e gratuita pelo SUS para todos e contra a Reforma Administrativa e demais projetos que desmontam os serviços públicos. Foi essa a ideia por trás da plenária “Docentes contra o Genocida”, convocada pela regional Rio de Janeiro do Andes-SN e suas seções sindicais, realizada na noite de ontem (24) como parte da jornada unificada do Dia Nacional de Lutas dos servidores públicos.

A atividade foi muito bem recebida pelos docentes, contou com mais de 220 inscritos e reuniu cerca de 125 professores. “É um alento para todos nós nos reencontramos e vermos tantas companheiras e companheiros juntos, mesmo que online. É um momento muito triste que estamos vivendo no Brasil e a realização desta plenária cheia com certeza nos fortalece e nos prepara para enfrentarmos esta conjuntura tão difícil”, destacou a professora Elizabeth Barbosa, docente da UFF de Rio das Ostras que integra a regional Rio do Andes-SN.

No dia 10 de abril, as seções sindicais da base do Andes-SN no Rio realizam mais uma atividade. O 1º Encontro de Professoras do Andes-RJ, que tem como objetivo forjar um espaço de compartilhamento de experiências, questões e demandas vivenciadas pelas professoras neste momento pandêmico de ensino remoto, construindo uma rede de apoio, acolhida, de reflexão e ações conjuntas. Para se inscrever, clique aqui! 

Transformar a tristeza em luta

Nas mais de 20 falas na plenária, professoras e professores destacaram a importância de continuar realizando mobilizações unificadas - com segurança e visibilidade - pelo “Fora Bolsonaro e Mourão” e a urgência da vacinação em massa para todos, inclusive para que os setores organizados possam voltar às ruas e derrotar este governo genocida e negacionista, que contribui para a perpetuação da pandemia da covid-19 no Brasil e para a morte de mais de 300 mil brasileiras e brasileiros até aqui. Docentes também frisaram a importância da retomada das campanhas de solidariedade ativa de classe – com a proposição de ações de arrecadação de alimentos e colaboração nas cozinhas comunitárias - e a preocupação com os trabalhadores terceirizados das instituições de ensino, os mais pauperizados e os que mais sofrem, muito antes da pandemia, com os sucessivos cortes nos orçamentos das universidades.

Para qual Universidade voltaremos?

A luta para que o ensino remoto não se torne a alternativa do capital para as Universidades públicas no Brasil também foi pautada nas falas de professoras e professores, que enfatizaram o momento crítico que as universidades vivem, com a previsão de mais cortes orçamentários, além dos constantes ataques à autonomia universitária e da nomeação de dezenas de interventores nas reitorias Brasil afora – desconsiderando décadas de acúmulo democrático.  

No Projeto de Lei Orçamentário de 2021, enviado pelo Governo ao Congresso Nacional, a previsão é de um corte de R$ 1.056 bilhões no orçamento discricionário, redução de cerca de 18% em relação aos valores do PLOA de 2020. Também estão previstos cortes de 18% no orçamento da assistência estudantil, 23% no CAPES e 18% no fomento à pesquisa – o que inviabilizaria, na prática, a manutenção das universidades no retorno às aulas presenciais.

Nesse sentido, as e os docentes sugeriram a realização de campanhas em defesa da universidade pública e de divulgação das ações de pesquisa e extensão através de cartazes, outdoors e lambes – para dialogar com a população.

Amanda Fica!

A plenária ainda abriu espaço para a estudante negra e cotista da Unirio, Amanda Silva Gomes, contar o seu caso. Ela teve sua matricula no curso de Licenciatura de Teatro injustamente cancelada pela reitoria da instituição. As e os docentes se solidarizaram com a situação de Amanda e exigiram a imediata reintegração da estudante na Universidade, reafirmando a importância da política de cotas nas instituições públicas de ensino e das políticas que garantem assistência para que os estudantes consigam ingressar e permanecer na universidade. A regional Rio do Andes-SN acompanha o caso de Amanda junto com a seção sindical da Unirio. Assine aqui o abaixo assinado pelo retorno de Amanda à Universidade.

Para a presidente da Aduff-SSind, Kate Lave Paiva, a plenária mostrou a disposição de luta das e dos docentes, mesmo em uma conjuntura tão acirrada e difícil. “Foi uma atividade importantíssima para pensar ações práticas para a gente poder não só se defender, mas criar uma contraofensiva nessa conjuntura tão regressiva que estamos vivendo. A plenária conseguiu apontar esses caminhos práticos de mobilização e de propaganda das nossas pautas para dialogar com a classe trabalhadora e ao mesmo tempo criar um espaço de união e acolhimento, que permitiu que as e os docentes se colocassem, mas principalmente as mulheres – que mostra o quanto as professoras têm ganhado destaque e se apropriado dos espaços do sindicato nacional.  A regional deve investir em mais em iniciativas como essa. A próxima já é no dia 10 de abril, com o 1º Encontro de Professoras do Andes-RJ”, ressaltou.

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