Mar
08
2021

Cortes nas universidades públicas boicotam combate à covid-19, diz presidente da Aduff no 8M

Aduff participou da carreata e de outras manifestações do Dia Internacional das Mulheres; carreata teve cobertura ao vivo no domingo (7)
 
 
A professora Kate Lane fala no 8M; a TV Aduff fez transmissão ao vivo com cobertura da carreata A professora Kate Lane fala no 8M; a TV Aduff fez transmissão ao vivo com cobertura da carreata
DA REDAÇÃO DA ADUFF
 
Os cortes orçamentários que o presidente Jair Bolsonaro tenta impor às universidades públicas em 2021 são, na prática, uma forma de boicote às políticas de combate à covid-19. A afirmação foi feita pela professora Kate Lane, presidente da Aduff-SSind (Associação dos Docentes da UFF), Seção Sindical do Andes-SN, durante a carreata que abriu no Rio de Janeiro as manifestações referentes ao 8M-2021 - Dia Internacional das Mulheres. 
 
"Neste momento, população, em que a gente mais precisa da vacina, Bolsonaro ainda cortou dinheiro das universidades públicas. Eu sou professora de uma universidade e trabalho na Educação Básica. A UFF não tem dinheiro para voltar às aulas presenciais. Isto no mesmo momento em que as universidades são os locais de pesquisa para fazer a contenção da covid. Cortar dinheiro das universidades públicas hoje significa não investir na prevenção e no combate à pandemia. O que na prática significa que a gente é que vai morrer. Porque não são os empresários e banqueiros que morrem", disse Kate, do alto do carro de som que acompanhava a carreata. 
 
A fala da professora e presidente da Seção Sindical pode ser vista no vídeo da cobertura jornalística ao vivo da manifestação, feita pela TV Web Aduff (link de acesso aqui) - o trecho em que Kate critica os cortes orçamentários se encontra entre 1h38min e 1h39min da gravação. Ao longo da transmissão, falam diversas outras mulheres, entre elas professoras da UFF. 
 
O Projeto de Lei Orçamentária Anual da União para 2021 prevê um corte de cerca de 16,5% no orçamento da UFF em relação ao ano passado. Isso significará, caso não seja alterado quando o orçamento for votado no Congresso Nacional, uma redução de cerca de R$ 29 milhões, segundo divulgado pela própria Reitoria da instituição. 
 
A pandemia, que já significou a perda de mais de 265 mil vidas no Brasil, matou cerca de dez mil pessoas nos sete primeiros dias de março. A defesa da vida, da urgente vacinação, do auxílio emergencial na pandemia e do fim do governo Bolsonaro foram pautas associadas às reivindicações históricas da luta feminista neste 8M - como a luta pela igualdade, pelo fim da violência sexista e pela legalização do direito ao aborto. A jornada de lutas das mulheres no Rio também agregou às suas pautas a rejeição à privatização da Cedae e a defesa da preservação da água como um bem público e não uma mercadoria a ser comercializada por grandes empresários.
 
Kate também defendeu a urgência de as mulheres e a população em geral estarem mobilizadas para deter os ataques a direitos e à própria vida. "Vamos continuar na rua, vamos continuar na luta, com a garra que a população sempre teve. Exigir vacinação para todos, a volta do auxílio emergencial, serviços públicos. Somos nós, população, que utilizamos escola pública e hospital público e somos nós que temos que exigir que esses serviços sejam gratuitos e de qualidade", disse.
 
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
A professora Kate Lane fala no 8M; a TV Aduff fez transmissão ao vivo com cobertura da carreata A professora Kate Lane fala no 8M; a TV Aduff fez transmissão ao vivo com cobertura da carreata

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