Nov
27
2020

Aduff notifica extrajudicialmente Ministério da Economia, CGU e Progepe por informações inverídicas no Portal da Transparência

Para a presidente da Aduff-SSind, o Portal da Transparência, que deveria assegurar o direito fundamental de acesso à informação para a população, trabalha, neste momento, a favor de uma campanha que visa construir uma imagem negativa dos servidores públicos

Em ofício enviado na última quinta-feira (26), a Aduff notificou extrajudicialmente o Ministério da Economia, a Secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção da Controladoria Geral da União (CGU) e a Pró-Reitora de Gestão de Pessoas (Progepe) da UFF a respeito de informações inverídicas de docentes da UFF inseridas no Portal da Transparência do Governo Federal.

Em que pese a necessidade de transparência das atividades públicas, as informações inseridas no portal não estão condizentes com a realidade, havendo inúmeras discrepâncias no histórico dos docentes da UFF e servidores públicos. Consta no Portal de Transparência, por exemplo, informações sobre licença e afastamento de professores que não ocorreram, assim como missões no exterior que nunca foram realizadas. No documento, a Aduff solicita que sejam reparadas as informações inverídicas na base de dados do Portal, a fim de evitar qualquer prejuízo à Administração Pública Federal e a seus associados, bem como evitar eventuais ações judiciais.

A própria Universidade Federal Fluminense publicou uma nota, em 11 de novembro, informando ter ciência desses equívocos e esclarecendo que a UFF não inclui nenhuma informação nesse site. No documento, a instituição afirma que solicitou a apuração dos acontecimentos pelo Ministério da Economia e a necessidade de correção das informações inverídicas.

Para a presidente da Aduff-SSind, o Portal da Transparência, que deveria assegurar o direito fundamental de acesso à informação para a população, trabalha, neste momento, a favor de uma campanha de longa data que visa construir uma imagem negativa dos servidores públicos, com o objetivo de conquistar apoio para as medidas do governo que retiram direitos dos trabalhadores.

“Essa imagem do servidor público como um trabalhador privilegiado, preguiçoso e que não trabalha é alimentada a todo instante pelo governo Bolsonaro. Se a publicação de informações erradas no Portal da Transparência já seria revoltante em qualquer outro momento, agora, com a intensificação do trabalho docente via ensino remoto, deixou a categoria especialmente revoltada. Estamos trabalhando muito na pandemia, de nossas casas e sem nenhuma contrapartida do governo. Não estamos de licença, como sugere o governo. É para corrigir essas informações que a Aduff está agindo”, destaca Marina Tedesco.

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