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Nov
05
2020

Aduff repudia intervenção de Bolsonaro na UFPB | Reitor nomeado foi o último colocado na consulta realizada pela universidade

Como aconteceu em outras 16 universidades do país, a nomeação arbitrária para Reitor não é ilegal, mas evidencia manobra do governo para intervir nas universidades federais e atacar autonomia universitária

Protesto organizado pela comunidade acadêmica na Reitoria da UFPB Protesto organizado pela comunidade acadêmica na Reitoria da UFPB / Divulgação ADUFPB

A comunidade acadêmica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) acordou mobilizada, na manhã desta quinta (05) para protestar contra a nomeação de Valdiney Veloso Gouveia (Reitor) e Liana Filgueira Albuquerque (vice-reitora) para comandar a Reitoria da UFPB.  A chapa 3 “Orgulho de ser UFPB”, ficou em último lugar na consulta interna organizada pela instituição - perdendo em todos os segmentos, docente, técnicos-administrativo e estudantes – e obtendo um total de zero voto no Conselho Universitário. Ainda assim, foi a escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro, em nomeação publicada na quarta, para assumir a Reitoria da UFPB.

Na tarde de hoje, o “Comitê de Mobilização pela Autonomia e contra a Intervenção na UFPB” reuniu professores, estudantes e técnicos num protesto em frente à reitoria da Universidade. Por lei, é prerrogativa do presidente da República definir os nomeados para o cargo de Reitor das Universidades Federais, a partir da lista tríplice encaminhada pelas instituições. Antes do governo Bolsonaro assumir, era costume indicar o primeiro colocado da lista. No caso, a chapa 2- “Inovação com Inclusão”, da professora Terezinha Domiciano, que venceu as eleições com 964.518 votos (soma total ponderada e normalizada).

Embora não sejam ilegais, as intervenções nas universidades são um claro ataque do Governo Bolsonaro à democracia e à autonomia das instituições. A presidente da Aduff-SSind, Marina Tedesco, manifesta o repúdio da seção sindical à intervenção de Bolsonaro na UFPB e ao novo ataque do governo à autonomia universitária. “O fim da lista tríplice é uma bandeira histórica do ANDES-SN, que apresentou a reivindicação a todos os governos federais. Lamentavelmente essa reivindicação nunca foi atendida. Nenhum governo, mesmo o mais progressista, pode ter a prerrogativa de escolher os reitores das instituições de ensino. Isso sempre será um desrespeito à autonomia universitária, tão duramente conquistada em nosso país”, destaca a docente.

Com informações de ADUFPB e Brasil de Fato

Protesto organizado pela comunidade acadêmica na Reitoria da UFPB Protesto organizado pela comunidade acadêmica na Reitoria da UFPB / Divulgação ADUFPB

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