Out
16
2020

Destaque de Gilmar Mendes retira julgamento de ação sobre escolha de reitores do Plenário Virtual do STF

Pelo menos 6 ministros já haviam se manifestado: 4 pela obrigatoriedade do presidente respeitar a autonomia e nomear o candidato mais votado da lista tríplice; na véspera, docente eleito na UFPA foi nomeado pelo presidente

 

Ato recente no Pará pela nomeação do reitor escolhido pela comunidade acadêmica da UFPA Ato recente no Pará pela nomeação do reitor escolhido pela comunidade acadêmica da UFPA / Reprodução da Adfpa

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O ministro Gilmar Mendes apresentou destaque ao julgamento da ação sobre a escolha de reitores e a autonomia universitária, que transcorria no Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal até a quinta-feira, 15 de outubro de 2020. Com isso, o julgamento no colegiado é remetido à sessão plenária presencial, que neste período de pandemia vem sendo realizada remotamente, por meio de videoconferência. cabe ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, definir quando a ADI 6565/2020, ajuizada pelo partido Verde, será pautada na sessão plenária da Corte.

O julgamento no Plenário Virtual se encerraria no dia 19. Até o pedido de destaque, de acordo com o que a reportagem conseguiu apurar, ao menos seis ministros haviam se manifestado. Quatro deles seguindo o relator, ministro Edson Fachin, que votou pelo deferimento da decisão provisória, no caso uma medida cautelar, acatando parcialmente o solicitado na ação. O voto do relator determinava que o presidente da República respeite a autonomia universitário e que as escolhas dos reitores das instituições federais de ensino superior atendam concomitantemente aos seguintes requisitos: "(I) se ater aos nomes que figurem na respectiva lista tríplice; (II) respeitar integralmente o procedimento e a forma da organização da lista pela instituição universitária; e (III) recaia sobre o docente indicado em primeiro lugar na lista". 

Votaram com o relator neste aspecto os ministros Celso de Mello, Cármen Lúcia e Marco Aurélio de Mello - este único divergindo em um aspecto não central, a retroatividade prevista no voto do relator para a decisão, que teria validade a partir da proposição da ação, isto é, 22 de setembro último. Abriu a divergência com o relator o ministro Alexandre de Moraes, que apresentou voto pelo indeferimento do pedido. O ministro Dias Toffoli acompanhou a divergência.

A movimentação de Gilmar Mendes que retirou o processo do Plenário Virtual - onde os ministros não expõem seus votos oralmente e têm cinco dias úteis para votar - ocorreu no dia seguinte à nomeação, pelo presidente Jair Bolsonaro, do reitor eleito da Universidade Federal do Pará.

Após quase um mês de espera e mobilizações, o professor Emmanuel Tourinho foi nomeado reitor da UFPA. Desde a semana anterior, manifestações e paralisações de aulas remotas exigiam respeito à escolha da comunidade universitária, que votou pela reeleição do docente para o cargo que já exercia.

Em nota, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical do Andes-SN) disse que nomeação de Tourinho foi “uma vitória da democracia e da luta da comunidade universitária, que se mobilizou para garantir a posse do reitor eleito com mais de 92% votos”.

"A nomeação de Emanoel Tourinho para a reitoria da UFPA foi uma imensa vitória da comunidade, mas a luta pela autonomia universitária permanece e contra os desmandos do governo Bolsonaro. Sigamos em frente e sigamos em luta!", disse o diretor da Adufpa-SSind Gilberto Marques, em vídeo divulgado pela seção sindical.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
(com dados da Redação do Andes-SN)

Ato recente no Pará pela nomeação do reitor escolhido pela comunidade acadêmica da UFPA Ato recente no Pará pela nomeação do reitor escolhido pela comunidade acadêmica da UFPA / Reprodução da Adfpa

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