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Out
07
2020

Conad prepara luta docente para defender direitos e enfrentar ‘reforma’ administrativa

Aduff participou do 9º Conad do Andes-SN, realizado por videoconferência por causa da pandemia; categoria também decidiu pela eleição telepresencial

Combater a Reforma Administrativa (PEC 32/2020); denunciar as consequências do ensino remoto emergencial; aprofundar o diálogo nas seções sindicais para defender direitos e condições de trabalho docente; realizar eleições para a diretoria do Sindicato Nacional, no formato telepresencial, entre 3 e 6 de novembro, são as principais resoluções do  9º Conselho do Andes-SN Extraordinário (Conad). Realizado de forma virtual para atualizar o plano de lutas do Sindicato Nacional e estabelecer os termos para a eleição dos próximos dirigentes para o biênio 2020-2022, o evento teve como tema central “A vida acima dos lucros: Em defesa das instituições de ensino, dos serviços públicos e da autonomia sindical!”.

O encontro conectou 226 docentes de 70 seções sindicais de todo o país, entre os dias 28 e 30 de setembro. A Aduff foi uma das entidades participantes, tendo sido representada pela delegação eleita em assembleia da categoria, também de forma virtual: Marina Tedesco, presidente da seção sindical e docente do curso de Cinema, delegada, e pelos observadores: Luiz Fernando Rojo, docente do curso de Antropologia, e Sonia Lúcio Rodrigues, professora aposentada da Escola de Serviço Social. 

“A presença e participação de mais de 200 professores /as durante três dias num evento para atualizar o plano de lutas do Andes-SN e organizar o processo eleitoral demonstra que, apesar  das enormes dificuldades que estamos atravessando, este sindicato permanece sendo uma importante referência para ampla maioria de docentes da Instituições de ensino  superior”, avalia Sonia Lúcio.

De acordo com a docente, no debate de conjuntura enfatizou-se que o Conad estava se realizando num contexto marcado de forma dramática pelas 145 mil mortes por coronavírus que poderiam ter sido evitadas se os governos Federal, estaduais e municipais não estivessem dispostos a sacrificar as vidas da classe trabalhadora em nome do lucro e do capital. 

Fato é que a pandemia da covid-19 impôs necessidade de adaptações ao cotidiano das pessoas, ao funcionamento de empresas e de instituições de ensino e de pesquisa, e ainda à dinâmica de organização sindical. Entidades representativas de classe se adequam às demandas por mobilização dos trabalhadores em reação à conjuntura de austeridade, retirada de direitos, e crise econômica. 

Neste contexto, em que pese a escalada do autoritarismo no país e do ataques às instituições democráticas, às Universidades e aos centros produtores de Ciência, agravados pelas milhares de mortes de brasileiros por coronavírus; descasos com o meio ambiente que, literalmente, arde em chamas; a ameaça de uma reforma administrativa que afeta a todo o funcionalismo público e, consequentemente, à população, o Conad reiterou a defesa da vida, o combate ao governo Bolsonaro e a luta contra essa reforma, como afirma Marina Tedesco, presidente da Aduff, enfatizando que o respeito às deliberações de base é um princípio caro ao Andes-SN.

“Foi muito importante que o Conad tenha sido realizado, a despeito das limitações que tem o formato online. Houve atualização do plano de luta e a conjuntura mudou muito desde que definimos o nosso plano de luta no início do ano. A diretoria tem conduzido as lutas a partir das reuniões dos Setores das Estaduais e das Federais, mas era preciso atualização a partir das posições da base, principalmente porque temos uma conjuntura adversa”, avaliou a docente.

Para Luiz Fernando Rojo, observador no evento, o 9º Conad ficou aquém das expectativas. “Nosso posicionamento frente às intervenções nas eleições para reitorias foi tímido, nossas deliberações sobre uma pauta que organize a categoria para lidar com o ensino remoto em curso sofreram com a necessidade de compor com quem entende o sindicato muito mais como um espaço de afirmação de princípios do que de negociação em defesa das condições de trabalho da maioria dos e das docentes”, considerou o professor.

Eleições para gestão 2020-2021

Um dos temas centrais do Conad dizia respeito à sucessão para a direção do Sindicato Nacional. A eleição inicialmente prevista para maio não pode acontecer dada a pandemia. Então, no final de julho, durante o 8º Conad Extraordinário, deliberou-se pela prorrogação do mandato da atual diretoria nacional (biênio 2018-2020), pelo prazo de até 90 dias, prorrogáveis por igual período, e pela realização de um segundo Conad, em setembro, que deveria deliberar sobre os novos regimento e calendário eleitorais, sob a responsabilidade da Comissão Eleitoral Central (CEC), a partir do diálogo com as duas chapas concorrentes.

Logo na abertura do Conad, houve duas falas das candidatas à presidência das chapas concorrentes à diretoria do Andes-SN. 

Durante os debates, ocorreram defesas controversas pela manutenção das eleições em 2020 ou postergá-las para 2021. No entanto, aprovou-se que será telepresencial, entre 3 e 6 de novembro deste ano, com a retomada do processo eleitoral e da campanha das chapas de 1 de outubro a 2 de novembro. A campanha será virtual e contará com debates entre as chapas e garantia de que os sindicalizados tenham acesso ao material de campanha das chapas, de forma virtual e isonômica, através dos meios de contato online que as seções sindicais possuem e também no site do Andes-SN. Será contratada uma empresa especializada para a realização do pleito e outra empresa de auditoria para acompanhar o processo.

 “A decisão por uma eleição ‘telepresencial’ para a direção de nosso sindicato me parece ir na contramão da necessidade de trazer para a vida sindical o conjunto da categoria, fundamental para enfrentar os ataques em curso”, analisou Luiz Fernando Rojo.

Já para Marina Tedesco, à frente da Seção Sindical dos Docentes da UFF, a decisão de fazer a eleição de forma telepresencial é mais segura e foi acertada diante das atuais circunstâncias. “Na avaliação da Assembleia Geral dos Docentes da Aduff não seria adequado que a consulta eleitoral ocorresse apenas em 2021, porque o mandato da atual diretoria já acabou e é democrático que a base eleja a sua diretoria”, entendeu a docente, para quem, dada as limitações de um Conad virtual, o saldo foi positivo.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

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