Out
06
2020

Congresso Mundial conecta milhares de pessoas em defesa da educação pública e contra neoliberalismo

De acordo com secretária-geral do Andes, evento evidenciou como a perspectiva do capital está se inserindo em toda a América Latina

O I Congresso Mundial em defesa da educação pública e contra o neoliberalismo educacional conectou milhares de pessoas de diferentes partes do planeta em torno do objetivo comum: ensino de qualidade, crítico, laico, público e gratuito para todos. Os debates travados online e transmitidos pelos canal Otras Vozes en Educación, no You Tube, entre os dias 25 e 27 de setembro, contaram com quatro mesas temáticas –  Situação Educativa Mundial’, ‘Universidade e Defesa da Educação pública’; ‘Agremiações, sindicalismo democrático e transformação educativa’ e ‘Educação Popular e pedagogias críticas’ – além das mesas de abertura e de encerramento. Como resultado,  houve o consenso acerca da necessidade de uma coordenação global das lutas pelos direitos dos professores e da educação como um direito social e humano. 

O Andes-SN participou como entidade observadora do Congresso, que também se debruçou sobre a conjuntura de pandemia provocada pela covid-19 e a consequente desigualdade social escancarada pela inevitabilidade do isolamento social.  Denunciou ainda como a crise sanitária tem servido de pretexto para avançar a agenda neoliberal, a exemplo do que fazem alguns governos, como o do Brasil, que se movimenta por reformas fiscais e administrativas, lesando o funcionalismo público civil e, por conseguinte, a população. 

De acordo com Eblin Farage, docente da UFF e secretária geral do Andes-SN, a participação permitiu maior articulação com outras entidades da Educação na América Latina. A professora destacou, inclusive, que o levantamento das organizações internacionais que lutam em defesa da educação pública e de qualidade é uma decisão do Congresso do Sindicato Nacional.

Para ela,  I Congresso Mundial em defesa da educação pública e contra o neoliberalismo educacional evidenciou como a perspectiva do capital está se inserindo em toda a América Latina. Segundo Eblin, as falas convergiram em críticas ao ensino remoto emergencial, apontado como um instrumento para desestruturar a educação pública, desde os anos iniciais até o ensino superior. "Houve muitas falas indicando a repercussão negativa desse ensino remoto emergencial no continente", contou. 

O evento foi sobretudo um espaço para reafirmar a necessidade de reação em conjunto aos avanços da agenda neoliberal para a Educação, ressaltando o espírito combativo dos participantes e os princípios caros que os unem. "Diante de um projeto internacional de estruturação da educação na América Latina a partir dos princípios do Banco Mundial e uma perspectiva mercantilizada, é preciso que nós também reajamos em conjunto. A identificação e a articulação das entidades foi muito positiva e o Andes-SN vê com muitos bons olhos essa iniciativa", considerou Eblin Farage.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

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