Print this page
Ago
13
2020

Fórum dos Servidores: interesses de grupos privados estão por trás de ataques ao funcionalismo

Fonasefe afirma em nota, também assinada pelo Andes-SN, que mídia deturpa dados e mente para tentar abrir caminho para corte de direitos e privatização de serviços e estatais

Primeiro dia do seminário do Fonasefe, por videoconferência, que repudiou ataques ao funcionalismo Primeiro dia do seminário do Fonasefe, por videoconferência, que repudiou ataques ao funcionalismo

Fonasefe afirma em nota, também assinada pelo Andes-SN, que mídia deturpa dados e mente para tentar abrir caminho para corte de direitos e privatização de serviços e estatais

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Ataques baseados em mentiras e que têm como objetivo pavimentar o caminho para retirar direitos dos servidores públicos e privatizar serviços e estatais. É o que afirma nota divulgada pela coordenação do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), em repúdio a setores políticos e aos meios de comunicação comerciais que veicularam notícias contrárias ao funcionalismo e aos serviços públicos no Brasil. O documento é subscrito pelas organizações sindicais nacionais que integram o fórum, entre elas o Andes-Sindicato Nacional dos Docentes. 

O assunto foi abordado pelos meios de comunicação em sintonia com a movimentação de políticos como Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizando que houve uma iniciativa articulada e combinada para tentar pautar a 'reforma' administrativa e acelerar privatizações de serviços e estatais. 

A nota do Fonasefe assinala que a manipulação dos dados fica evidente já na tentativa de desvincular as servidoras e servidores das políticas públicas sociais. "Nos chama atenção - e certamente não deve ser considerada uma desinformação dos meios de comunicação - que o investimento em servidore(a)s público(a)s seja desvinculado da garantia de direitos via políticas públicas. É possível escola sem professor(a)? O Sistema Unico de Saúde sem médico(a)s, enfermeiro(a)s, técnico(a)s em enfermagem e pessoal de apoio, como motoristas de unidades móveis, segurança e trabalhadores administrativos?", diz trecho do documento.

O Fórum Nacional dos Servidores iniciou, na quarta-feira (12), um seminário nacional no qual o tema está pautado. Realizado por videoconferência, o seminário vai até esta sexta (14), quando a plenária final terá um ato em defesa dos serviços públicos e dos servidores. A seguir, a íntegra da nota:


Nota do Fonasefe de repúdio dos meios de comunicação e de Rodrigo Maia sobre o funcionalismo público

"Mais uma vez, o funcionalismo público é atacado pelo governo, Congresso Nacional e meios de comunicação, distorcendo dados e informações sobre a realidade, para justificar a tão proclamada `reforma` administrativa.

A matéria divulgada nos telejornais de diferentes emissoras mente e tenta manipular a opinião pública, ao informar os dados sobre investimentos públicos. A primeira questão que merece ser por nós refutada é o fato da matéria separar gasto com o funcionalismo público do investimento em políticas públicas e sociais, fazendo uma comparação entre os valores gastos em salários e o montante investido na saúde e na educação percentualmente ao Produto Interno Bruto (PIB). Nos chama atenção - e certamente não deve ser considerada uma desinformação dos meios de comunicação - que o investimento em servidore(a)s público(a)s seja desvinculado da garantia de direitos via políticas públicas. É possível escola sem professor(a)? O Sistema Unico de Saúde sem médico(a)s, enfermeiro(a)s, técnico(a)s em enfermagem e pessoal de apoio, como motoristas de unidades móveis, segurança e trabalhadores administrativos? É possível acesso à aposentadoria sem analise de um técnico, analistas perito(a)s, assistentes sociais? E na Justiça, é possível Ministério Público, Defensoria Pública sem servidore(a)s público(a)s? Seria possível pesquisas de ponta sobre o novo coronavírus (COVID-19) e outras doenças sem o(a)s servidore(a)s das Universidades Públicas e da Fiocruz?

A segunda questão que também merece ser refutada por nós é o fato de buscarem responsabilizar o baixo investimento público em algumas áreas, como o saneamento básico, por conta do gasto com o funcionalismo público. Outra mentira! Em grande parte de Estados e municípios saneamento básico foi privatizado e por isso mesmo tem baixo investimento, uma vez que as empresas de concessão de serviços públicos buscam o LUCRO e não a garantia de direitos à população.

Fica explícito que a intensão dos meios de comunicação, assim como do Presidente da Câmara Rodrigo Maia, é dar continuidade ao projeto de desestruturação das políticas públicas a partir das contrarreformas ultraliberais, que retiram direitos do(a)s trabalhadores(a)s, precarizam as condições de vida da população mais pobre e a relegam a sua própria sorte na luta pela defesa da vida, como estamos vivendo agora no período da pandemia. Mais uma vez, o lucro e a apropriação privada do fundo público se explicitam. Querem deixar o funcionalismo público nas mesmas condições do(a)s trabalhadore(a)s terceirizado(a)s e uberizado(a)s, e, com isso, deixar de garantir serviços públicos para a população.

Não tenhamos ilusão com as aparentes dissonâncias entre o Executivo do país e grandes lideranças do Congresso Nacional, muito menos nas discordâncias entre alguns meios de comunicação e o presidente da República. Apesar de falarem que estão preocupados com as vidas e estarem dando ampla cobertura para a situação que o país vive dada a pandemia, voltaram a fazer coro com os ricos, ao responsabilizar o funcionalismo público pela crise do Estado, ao divulgar as contrarreformas como necessárias e essenciais para conduzir o país nos rumos do capitalismo.

Por que o governo Bolsonaro, o Congresso Nacional e a imprensa oficial não atacam os 42 bilionários que aumentaram seus lucros em R$ 34 bilhões em meio à pandemia?

O que precisamos é de investimento público em políticas públicas e, para isso, e necessário e urgente a realização de concursos, estruturação de carreiras, valorização do(a)s servidore(a)s, condições adequadas de trabalho e dotação orçamentaria para que os direitos não sejam reduzidos a benesses desse ou de qualquer outro governo. É preciso colocar sempre vida acima dos lucros!

Pela valorização do(a)s Servidore(a)s Público(a)s!

Pela garantia de direitos para toda a população!

Não à reforma administrativa, que retira direitos da população!  Taxação das grandes fortunas, já!

Que os ricos e poderosos paguem pela crise!"

FÓRUM DAS ENTIDADES NACIONAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

(ANDES-SN – ANFFA-Sindical – ASFOC-SN – ASMETRO-SN – ASSIBGE-SN - CGTB - CNTSS – CONDSEF –CSPB - CSP/CONLUTAS – C.T.B – CUT - FASUBRA - FENAJUFE – FENAPRF – FENASPS – INTERSINDICAL - PROIFES – SINAIT – SINAL - SINASEFE – SINDCT - SINDIFISCO-Nacional – SINDIRECEITA – SINTBACEN –UNACON-Sindical)

Primeiro dia do seminário do Fonasefe, por videoconferência, que repudiou ataques ao funcionalismo Primeiro dia do seminário do Fonasefe, por videoconferência, que repudiou ataques ao funcionalismo

Additional Info

  • compartilhar: